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Tempo de reconstrução depende de cada cidade, diz Pimenta à CNN sobre chuvas no RS

O ministro da Secretaria Extraordinária para Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, afirmou em entrevista à CNN nesta sexta-feira (17) que o tempo necessário para a reconstrução dos locais atingidos pelas enchentes no Rio Grande do Sul irá depender de cada cidade.

A declaração foi dada em entrevista ao jornal CNN Novo Dia, exibido de segunda a sexta a partir das 6h.

“Essa pergunta é uma pergunta que tem que ser feita para os prefeitos, para o governador, porque vai depender de cada cidade”, respondeu Pimenta após ser questionado a respeito de datas para a entrega de moradias.

“Nós temos um estoque de residências que já estão prontas. A partir do momento que as prefeituras cadastrarem as pessoas e identificarem os imóveis, eles já podem ser adquiridos. Agora, esse é um trabalho que envolve as prefeituras e o governo do estado”, acrescentou.

“O governo federal vai garantir o recurso. Na medida em que os imóveis [perdidos em área alagada] forem identificados, o governo federal vai disponibilizar um recurso para que ele seja comprado.”

Ainda de acordo com o ministro, que atuava na Secretaria de Comunicação (Secom) antes de ser designado para o novo cargo, não há como afirmar com precisão quando a gestão de cada município conseguirá executar esse processo, pois as cidades estão em diferentes fases da enchente.

“Alguns municípios já começam essa nova fase, o rio já começou a baixar. Inicia-se aquilo que a gente chama de restabelecimento”, explicou Pimenta.

“Em outras regiões a chuva ainda está em um estágio de crescimento da enchente, especialmente na região sul do estado, próximo a Pelotas, Rio Grande, São Lourenço. […] Não tem como as pessoas irem para aqueles locais até o rio baixar”.

Durante a entrevista, Pimenta também explicou por que a água não consegue sair em determinados pontos da região metropolitana de Porto Alegre. Segundo ele, isso acontece porque os diques que cercam a cidade romperam.

“Toda a região metropolitana de Porto Alegre é protegida por um sistema de diques e um sistema de bombeamento de água. […] Existe um muro em Porto Alegre que protege a cidade do rio, e existem esses diques”, afirmou o ministro.

“Quando o Collor privatizou o DNOS [sistema que fazia a manutenção do sistema], toda essa estrutura foi repassada para as prefeituras. Algumas delas conseguiram fazer a manutenção, outras não.”

“A cota de inundação foi superior à cota [das enchentes] de 1941, em cerca de 70%, então os diques foram insuficientes”, acrescentou. “Segundo, os diques romperam, e mesmo que a água baixe, ela não sai. Porque as águas entraram pelo dique. Então milhares de pessoas nesse momento estão com as suas casas embaixo d’água.”

O ministro destacou, ainda, os altos números relacionados à tragédia, e lembrou que ainda há centenas de milhares de desalojados.

“Nós ainda temos mais de 100 pessoas desaparecidas, por conta disso as operações, o trabalho de resgate não pode parar. Temos cerca de 80 mil pessoas em abrigos, o que exige uma grande logística de abastecimento, de água potável, remédios, itens de higiene pessoal. E também temos 500 mil pessoas fora de casa”, comentou.

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