Quem acompanha o futebol, não importa onde, sabe o que representa a expressão ‘a lei do ex’. Significa a importância de um gol feito por um determinado jogador quando este enfrenta seu antigo time e ainda derrota a ex-equipe. A maioria nem comemora, em respeito aos antigos companheiros e torcedores. Na política, ‘a lei do ex’ também pode existir, mas sem a mesma consideração. Muito pelo contrário. As alianças têm um objetivo bem claro: derrotar os adversários.
Em Barra Mansa, a participação dos ‘ex’ pode ser significativa. Thiago Valério, pré-candidato do PDT, terá o apoio direto da ex-prefeita Inês Pandeló, do PT. Luiz Furlani, do PL, conta com o apoio ostensivo de Rodrigo Drable, um futuro ex-prefeito. Bruno Marini, pré-candidato do Novo, por enquanto, está sem um ex para chamar de seu, pois perdeu o apoio que achava que teria do ex-presidente Jair Bolsonaro. E Marcelo Cabeleireiro, pré-candidato do União Brasil, enfrenta uma situação inusitada. Estaria tendo apoio do ex-prefeito Jonas Marins. E, em paralelo, corre atrás do apoio de uma ex-primeira-dama: Tânia Brasil, mulher do ex-prefeito Roosevelt Brasil.
Nesta edição, o aQui apresenta a versão dos pré- candidatos a prefeito de Barra Mansa sobre ‘a lei do ex’. Pena que Marcelo Cabeleireiro, um ex (deputado estadual) não tenha respondido às perguntas enviadas pela reportagem, mesmo tendo o prazo prorrogado.
Veja abaixo o que cada um disse a respeito:
aQui: Tem algum ‘ex’ lhe apoiando para prefeito de Barra Mansa? Quem? Por quê?
Bruno Marini: Não, o meu projeto é de inovação total na política de Barra Mansa. Gente nova que com “um novo olhar” possa romper com essa política de grupinhos que até aqui em nada ajudou a cidade.
Luiz Furlani: Não tenho apoio de nenhum “ex”. Sou candidato do atual governo, com o compromisso de manter o ritmo acelerado de obras por toda cidade, e, principalmente, colocar para funcionar o Hospital dos Olhos, o Hospital Veterinário, o Condomínio Industrial, as várias creches, novas Escolas Vocacionadas e mais novas Unidades de Saúde. Tem muita coisa boa e importante que está sendo construída, que vai ser entregue – e que precisa ser colocada para funcionar. Oposição que só critica e não apresenta nenhum projeto só traz insegurança e coloca todos esses avanços em perigo de serem paralisados.
Thiago: Estamos trabalhando para fazer Barra Mansa voltar a ser aquela cidade com esperança e que acredita no potencial comercial e industrial. Precisamos romper com esse modelo em vigor e trazer tecnologia e investimento em saúde, educação, transporte, esporte e lazer. Pessoas, lideranças e políticos que tenham esses mesmos ideais e queiram contribuir para Barra Mansa ser uma cidade com qualidade de vida são bem-vindos na nossa campanha.
aQui: A participação de um ex na sua campanha não pode ser um tiro no pé, considerando que deixou o cargo sob críticas dos eleitores?
Bruno: Com certeza. Sobretudo, salvo poucas exceções, os chamados “ex” tiveram seus mandatos com altíssimos índices de reprovação. Na minha opinião, mais atrapalham do que ajudam.
Furlani: Desse “tiro no pé” não corro risco, pois, como disse, não tenho apoio de nenhum “ex”, ao contrário de outros pré- candidatos.
Thiago: Os ex-prefeitos de Barra Mansa, como qualquer cidadão barra- mansense, têm o direito de participar do processo eleitoral. Temos exemplos de pessoas que cuidaram da nossa cidade com responsabilidade e atenção com a população. Volto a afirmar, pessoas, lideranças e políticos que queiram contribuir para Barra Mansa voltar a ser aquela cidade com esperança, que acredita no potencial comercial e industrial, são bem- vindos na nossa campanha.
aQui: Caso eleito, que cargo o ‘ex’ poderá assumir ou quem poderá indicar para trabalhar no seu governo?
Bruno: Sou um candidato de um único e novo partido. Meu projeto não está sendo leiloado, vou ter liberdade de formar uma equipe de pessoas capacitadas e interessadas em mudar a triste realidade de abandono em que se encontra a cidade. Os nomes serão indicados no momento oportuno.
Furlani: Ainda sou um pré-candidato que vai apresentar minha vontade e o sonho de ser o futuro prefeito de Barra Mansa nas convenções partidárias. Se a população de Barra Mansa entender que o projeto que eu represento é o melhor para a vida e, ao assumir, quando o Rodrigo vai ser “ex”, ele, por toda sua trajetória, pode ser convidado para ser Secretário de Estado. E assim sendo, vai nos ajudar a trazer mais investimentos para a cidade. Lá em 2026, a gente trabalha pra ver se ele vira deputado e nos ajuda mais ainda.
Thiago: Não é o momento de pensar em participação no governo ou cargos políticos, esse é o momento de unir forças para restaurar o que foi perdido em nossa cidade. Estamos focados no trabalho que podemos fazer para a população de Barra Mansa. Vamos lançar nossa pré-campanha, oficialmente, nesta sexta, (17), às 19h, no Clube Municipal.
aQui: Como vê a participação de um ‘ex’ na campanha dos seus adversários?
Bruno: Meu compromisso é com a cidade, e não com políticos de carteirinha. Se, por um lado, do ponto de vista do cidadão Bruno Marini, lamento que a política de grupinhos continue querendo “mandar” na cidade, por outro lado, enquanto candidato, eu acho bom, pois isso me coloca como o único candidato que não está leiloando cargos em troca de apoio.
Furlani: Cada um que responda pelo fardo que escolheu. Eu não me sentiria confortável com o apoio da ex-prefeita que aumentou o IPTU em 400%, que demitiu professores e deixou uma dívida imensa, que a cidade sofre para pagar até hoje. Também não me sentiria confortável com o apoio de ex-prefeito que quebrou a cidade e deixou funcionários sem salário e os hospitais fechados. Barra Mansa já deixou claro que não aceita mais retrocessos.
Thiago: Sobre os adversários, entendemos ser natural buscarem aliados e reivindicar nomes de apoio. Mas, neste momento, estamos focados no nosso projeto de trabalho, porque acreditamos que Barra Mansa tem jeito.