Por Mateus Gusmão
Funcionários da secretaria de Saúde de Volta Redonda foram surpreendidos na manhã de quarta, 15, quando um grupo de pessoas entrou na sede da pasta e começou a percorrer as salas do antigo Hospital Santa Margarida. Sem dizer nada, entrava, olhava, analisava tudo, fazia anotações e saía. Mas uma coisa chamava a atenção: todos vestiam o uniforme da Rede D’Or – o maior grupo hospitalar brasileiro. A visita não foi divulgada de forma oficial, mas o aQui descobriu o motivo dela.
Segundo uma fonte, a equipe da Rede D’Or esteve na cidade do aço para iniciar as negociações com o governo Neto para desenvolver parcerias na área de saúde mental. De forma informal, analisou a estrutura do prédio – acompanhada por um renomado médico da cidade do aço – e ficou de voltar para dar andamento ao processo, que poderá incluir uma possível compra do antigo hospital, pois o prefeito Neto estaria disposto a negociar o imóvel.
O aQui apurou ainda que quem estaria intermediando as negociações seria um médico conceituado de Volta Redonda, sócio de uma clínica de diagnóstico por imagem. Tem mais. Em alguns setores da secretaria de Saúde, a negociação é dada como certa. “O comentário é que vamos voltar para o antigo prédio da secretaria de Saúde, que fica no Aterrado, após fazerem reforma lá”, disse a fonte.
Vale ressaltar que a reportagem procurou a Rede D’Or para tratar do assunto. Mas a resposta da assessoria de imprensa foi de que o grupo não comenta especulações de mercado. O que se sabe é que a rede sempre teve intenções de entrar no mercado de Volta Redonda e região. Tentou, inclusive, adquirir o Hospital da CSN, hoje nas mãos do grupo ICC. Detalhe: o grupo chegou a comprar uma área no Aterrado, próxima à sede da Associação dos Aposentados, para construir um hospital.
O projeto de Volta Redonda está engavetado, e a rede, então, voltou seus olhares para Resende. E teria assumido, em 2018, o Hospital Samer. Há quem diga até que a Rede D’Or estaria prestes a anunciar uma parceria com um grupo de médicos de Volta Redonda, que vão abrir uma superclínica na Rua 33. Detalhe: os procedimentos cirúrgicos seriam feitos no Samer.
Comprado em 2017
Para quem não se lembra, o Hospital Santa Margarida foi comprado no final de 2017 pela prefeitura de Volta Redonda, na gestão do ex-prefeito Samuca Silva, por R$ 11,5 milhões – sendo pagos R$ 6,5 milhões vista e o restante, parcelado. A aquisição foi através de um leilão judicial. A ideia de Samuca era que o hospital pudesse ser reaberto, após reformas, em 2019, inclusive com leitos para internação – o que nunca ocorreu.
