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Autoridades do Fed pedem paciência quanto a momento do 1º corte de juros

Dois formuladores de política monetária do Federal Reserve disseram nesta terça-feira (21) que é prudente que o banco central dos Estados Unidos espere mais alguns meses para garantir que a inflação realmente volte a se aproximar da meta de 2%, antes de iniciar os cortes na taxa básica de juros.

“Na ausência de um enfraquecimento significativo no mercado de trabalho, preciso ver mais alguns meses de bons dados de inflação antes de me sentir confortável em apoiar uma flexibilização na postura da política monetária”, disse o diretor do Fed, Christopher Waller, em discurso no Instituto Peterson de Economia Internacional.

Ele também colocou um ponto final na especulação de que os juros poderiam subir novamente para que a demanda arrefeça o bastante para reduzir mais as pressões de preços, dizendo que os dados mais recentes sobre a inflação são “tranquilizadores” e que a taxa básica está definida de forma apropriada.

“Não queremos cair em um precipício, esse é o ponto crucial. Não estamos vendo nada neste momento que pareça que manter (os juros inalterados) por três ou quatro meses fará com que a economia caia em um precipício”, disse Waller.

Atualmente, operadores esperam que o banco central faça um primeiro corte na taxa de juros em setembro e veem chances consideráveis de um segundo corte na última reunião do Fed no ano, em dezembro.

O presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, adotou um tom semelhante, destacando que o banco central precisa ser cauteloso ao aprovar seu primeiro corte nos custos de empréstimos, para ter certeza de que isso não desencadeará gastos reprimidos entre as empresas e as famílias, colocando os formuladores de política monetária em uma posição em que a inflação volte a acelerar.

“Não estou com pressa para cortar os juros”, disse Bostic a repórteres, à margem de uma conferência do Fed de Atlanta. Ele acrescentou que ainda espera que a inflação caia ao longo do ano, com um único corte na taxa básica sendo apropriado no quarto trimestre.

“Precisamos nos certificar de que, quando iniciarmos esse caminho, seja inequívoco que a inflação chegará a 2%… a existência dessa exuberância em potencial significa que temos de ser muito cautelosos sobre quando daremos o primeiro passo, e isso pode significar que ele terá de acontecer mais tarde.”

Em um evento separado no Fed de Dallas, o vice-chair de Supervisão do Fed, Michael Barr, juntou sua voz ao coro, reiterando que as leituras de inflação mais altas no primeiro trimestre não aumentaram sua confiança de que as pressões sobre os preços estão diminuindo.

“Pelo menos para mim, isso significa que precisamos ficar parados onde estamos por mais tempo do que pensávamos anteriormente… precisamos ver mais evidências de progresso contínuo na inflação para estarmos em uma posição em que possamos pensar em ajustar a taxa de política monetária.”

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