A Polícia Federal apura o que levou o delegado Rivaldo Barbosa a ser nomeado chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Ele vai prestar depoimento à força policial nesta segunda-feira (3). O interrogatório acontece de forma presencial, na Penitenciária Federal em Brasília, onde Barbosa está preso.
O ex-chefe da Policia Civil fluminense foi nomeado para o cargo dez dias antes do assassinato da vereadora.
Na época, um parecer do setor de inteligência não recomendava a efetivação de Rivaldo, por causa de suspeitas contra ele.
Ainda assim, ele foi efetivado durante a intervenção federal na segurança pública no Rio de Janeiro.
O processo de nomeação de Rivaldo será um dos assuntos tratados durante a oitiva do ex-chefe da Polícia Civil, segundo fontes que acompanham a investigação.
O depoimento acontece após decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do caso.
O interrogatório acontece no âmbito das investigações do assassinato de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
No ofício enviado à PF, Moraes assegura o direito ao silêncio e a garantia de não incriminação para Rivaldo.
A determinação para que Rivaldo seja ouvido atende um pedido da defesa e ocorre após a divulgação da delação premiada de Ronnie Lessa, réu confesso dos assassinatos de Marielle e do motorista Anderson Gomes.
A CNN apurou que uma equipe da força-tarefa do Rio de Janeiro viajará até Brasília para colher as informações do delegado preso.
O delegado, que chefiou a polícia do Rio de Janeiro, está preso desde 24 de março.
Ele foi preso preventivamente na mesma operação que prendeu o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) e o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro Domingos Brazão.
Os três são suspeitos de terem arquitetado o assassinato; todos negam envolvimento com o crime.
Pedido de liberdade negado
No último dia 17, Moraes havia negado um pedido de liberdade feito pela defesa do delegado e manteve sua prisão preventiva.
O ministro considerou que a periculosidade social e a gravidade das condutas atribuídas a Barbosa justificam a manutenção da prisão.
Segundo Moraes, as provas que embasaram o pedido de prisão indicam que o delegado, então supervisor de todas as investigações de homicídios da região metropolitana do Rio de Janeiro, teria sido cooptado pelos irmãos Brazão para garantir a impunidade da organização criminosa.
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