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Suspeita de matar namorado envenenado com chocolate se entrega à polícia


Júlia Andrade Cathermol Pimenta, de 29 anos, principal suspeita de matar o namorado com um brigadeirão envenenado, se entregou à Polícia Civil no fim da noite desta terça-feira (4). A investigada chegou na 25ª DP (Engenho Novo) acompanhada da advogada Hortência Menezes e não falou com a imprensa.

Ela estava foragida desde o dia 28 de maio, quando foi expedido um mandado de prisão temporário por homicídio qualificado contra o companheiro Luiz Marcelo Antônio Ormond, de 49 anos.

Também estiveram na 25ª DP para depor, na noite desta terça-feira (4), a mãe e o padrasto de Júlia. Carla Cathermal Faria e o policial civil aposentado Marino Bastos Leandro foram conduzidos por policiais civis da casa onde vivem, em Ponta Negra, em Maricá, até a delegacia, na Zona Norte do Rio. O casal era esperado desde às 15h, mas só chegou na delegacia às 18h36.

Perfil ganancioso e frio

Depoimentos de pessoas próximas à Júlia Carthemol, de 29 anos, têm mostrado à Polícia Civil que a suspeita de matar o namorado tem perfil ganancioso e frio. Conforme apurado pelos investigadores da 25ª DP (Engenho Novo), Júlia recebe uma pensão do pai biológico no valor de R$ 2,5 mil por mês.

No entanto, a relação entre pai e filha aparenta ser somente alimentado por interesse financeiro da parte da suspeita. Para pessoas próximas, Júlia chamava o pai de “banco”. A forma como Júlia falou da morte do namorado em depoimento na 25ª DP também chamou a atenção da polícia.

Durante o depoimento, feito no dia 22 de maio, dois dias depois da descoberta do cadáver, a mulher falou com extrema frieza sobre o caso. Em alguns momentos ela chegou a sorrir. Na declaração, ela contou que deixou o apartamento no dia 20 após descobrir uma traição por parte de Luiz Marcelo. O corpo do empresário foi encontrado nessa mesma data em estado avançado de decomposição.

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Dívida de R$ 600 mil com cigana

Segundo a cigana Suyany Breschak, presa por ter ajudado Júlia a se desfazer dos bens da vítima, a suspeita fazia programas sexuais para se manter e que, ao longo dos anos, Júlia passou a lhe dever R$ 600 mil pelos atendimentos, que vinham sendo quitados com pagamentos em torno de R$ 5 mil mensais há cerca de 5 anos.

O trabalho da cigana era relativo à limpeza espiritual para que familiares e namorados não descobrissem a vida de Júlia como garota de programa e também para atrair mais clientes. Segundo ela, a suspeita seguia a vida da seguinte maneira: passava os fins de semana com um outro namorado e dividia o restante dos dias entre Luiz Marcelo e eventuais atendimentos.

Suyani recebeu de Júlia o carro de Luiz Marcelo, um Honda CRV, e entregou a um homem com quem já se relacionou — o receptor, conforme a cigana, sabe do possível homicídio. O rapaz, além do veículo, ficou com roupas e um ar condicionado da vítima. A doação seria para quitar a dívida entre a suspeita e a cigana, somando R$ 75 mil.

Os investigadores também suspeitam que Luiz Marcelo estaria sendo pressionado a colocar Júlia como beneficiária de um contrato de venda de um imóvel. A informação foi obtida pela Polícia Civil através do depoimento de um amigo de infância da vítima. Segundo a testemunha, há duas semanas o próprio empresário relatou a pressão que estava sofrendo por Júlia para alterar o contrato, onde um de seus primos constava como beneficiário.

O imóvel vendido ao amigo da vítima fica no bairro Maria da Graça, na Zona Norte do Rio. O acordo consistia no pagamento de R$ 3 mil no dia 25 de cada mês e R$ 20 mil nos meses de janeiro até completar o valor total. A compra foi feita em março deste ano e firmada em cartório.

Por fim, ela ressaltou que o relacionamento de Júlia com Luiz era “puramente interesse”, já que a suspeita dizia que o homem tinha investimentos e dinheiro. Além disso, ao longo do fim de semana do crime, a mulher chegou a dizer que viu um urubu em sua janela, cobriu o corpo com cobertor e jogou água sanitária no apartamento.



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