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Combate às mudanças climáticas precisa de financiamento para recuperar tragédias, diz Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a defender nesta sexta-feira (7) a taxação dos super-ricos para se financiar o combate as mudanças climáticas.

“Suponha que o que aconteceu no Rio Grande do Sul aconteça num país de mesma dimensão, tem países que não tem condições de superar com as próprias pernas uma catástrofe como essa”, argumentou o ministro.

O estado é o nono maior do Brasil, com uma área de 281.748 km². Logo, o Rio Grande do Sul é maior que 41 dos 51 países da Europa.

Haddad reforçou que ao menos o estado tem a União para se apoiar. Desde o início das enchentes, a ajuda do governo federal aos gaúchos soma cerca de R$ 62,5 bilhões.

O chefe da equipe econômica do governo esteve essa semana no Vaticano, onde participou de um seminário para discutir a arquitetura financeira internacional e ações para enfrentar os desafios colocados no mundo. O ministro apontou que a agenda foi “muito proveitosa”.

“Propostas estão sendo discutidas no âmbito do G20. Elas têm sido bem recebidas por alguns países que já se manifestaram a favor da proposta brasileira”, comentou.

No âmbito do G20, o Brasil, a França, autoridades de Espanha, Alemanha e África do Sul discutiram um plano que exigiria que os multimilionários pagassem impostos no valor de pelo menos 2% da sua riqueza total todos os anos. A ideia era espelhar o imposto mínimo global sobre as empresas, que ganhou adesão em 2021.

Durante o seminário, Haddad esteve com o ministro da Economia da Espanha, Carlos Cuerpo. Segundo o titular da Fazenda, Cuerpo reforçou o apoio à proposta de taxação.

Haddad apontou que “o debate está prosperando”, e que apesar de ser difícil de imaginar uma solução no curto prazo, a pauta não deve sair da agenda.

Ainda no Vaticano, Haddad se encontrou com o Papa Francisco, que segundo o ministro, “foi receptivo quanto a esse desejo nosso”.

Na véspera do encontro, o Papa Francisco disse que o mundo precisa fazer mais para reduzir o ônus da dívida enfrentado por países de baixa renda, a fim de evitar que eles entrem em um ciclo de pobreza e desespero.

O encontro entre Haddad e o Sumo Pontífice vinha sendo aguardado desde semana passada, sendo apontada como o principal destaque da agenda do ministro no Vaticano, para buscar apoio à taxação dos super-ricos.

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