O Banco Mundial disse nesta terça-feira (11) que o desempenho mais forte do que o esperado da economia dos Estados Unidos levou a instituição a elevar ligeiramente sua perspectiva de crescimento global para 2024.
Mas alertou que o avanço permanecerá bem abaixo dos níveis anteriores à pandemia até 2026.
O Banco Mundial afirmou em seu mais recente relatório Perspectivas Econômicas Globais que a economia global evitará uma terceira queda consecutiva no crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) desde o grande salto pós-pandemia em 2021, com o crescimento de 2024 se estabilizando em 2,6%, inalterado em relação a 2023.
Isso representa um aumento de 0,2 ponto percentual em relação à previsão de janeiro do Banco Mundial, em grande parte devido à força da demanda nos EUA.
“De certa forma, vemos a pista para um pouso suave”, disse Ayhan Kose, economista-chefe adjunto do Banco Mundial, à Reuters em uma entrevista.
Observando que as taxas de juros acentuadamente mais altas reduziram a inflação sem grandes perdas de empregos e outros distúrbios nos EUA ou em outras grandes economias.
“Essa é a boa notícia. O que não é uma boa notícia é que podemos estar presos em uma via lenta”, acrescentou Kose.
O Banco Mundial previu um crescimento global de 2,7% em 2025 e 2026, nível bem abaixo da média global de 3,1% na década anterior à Covid-19.
Ele também prevê que as taxas de juros nos próximos três anos permanecerão o dobro da média do período de 2000 a 2019, mantendo um freio no crescimento e aumentando a pressão da dívida dos países de mercados emergentes que tomaram empréstimos em dólares.
“As perspectivas para as economias mais pobres do mundo são ainda mais preocupantes.
Elas enfrentam níveis punitivos de dívida, possibilidades comerciais restritivas e eventos climáticos dispendiosos”, disse o economista-chefe do Banco Mundial, Indermit Gill, acrescentando que esses países continuarão precisando de assistência internacional para financiar suas necessidades.
O relatório traz um cenário alternativo de taxa de juros “mais alta por mais tempo”, no qual a inflação persistente nas economias avançadas mantém as taxas de juros cerca de 40 pontos-base acima da previsão básica do banco, reduzindo o crescimento global de 2025 para 2,4%.
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