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Leilão do arroz: CGU abre investigação para apurar suspeitas em importação

A Controladoria-Geral da União (CGU) decidiu abrir, nesta quarta-feira (12), uma investigação sobre os leilões de arroz do governo federal.

A investigação para apurar possíveis ilícitos no processo foi aberta após pedido do próprio governo, por meio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Mais cedo, o presidente da Conab, Edegar Pretto, anunciou a determinação de investigações internas sobre “todos os fatos” sobre o leilão do arroz.

Além da CGU, a Conab também acionou a Polícia Federal (PF). A Advocacia-Geral da União (AGU) também está “trabalhando na revisão das normas e procedimentos de leilões”, segundo a companhia.

“Estas medidas têm como objetivo garantir toda a transparência neste processo, bem como prestar contas e dar a tranquilidade que a sociedade brasileira merece”, afirmou a Conab em nota publicada na tarde desta quarta.

Em sua nota, a CGU, que funciona como um órgão de controle interno do governo federal, também destacou as parcerias entre instituições em relação a averiguações sobre o leilão.

“Essas medidas demonstram um esforço conjunto entre as instituições para garantir a transparência e a correção dos processos envolvidos na importação do arroz”, destacou o órgão.

Suspeitas sobre leilão

Deputados federais da oposição têm defendido uma CPI do Arroz para investigar os leilões de arroz do governo federal abertos após as chuvas no Rio Grande do Sul.

O estado é o maior produtor nacional de arroz, e o governo federal decidiu subsidiar a importação do produto sob a justificativa de conter uma escalada nos preços.

Na terça-feira (11), após suspeitas de fraude, o governo anunciou a anulação do leilão realizado na semana passada e o cancelamento de um que estava previsto.

Apuração do analista da CNN Caio Junqueira apontou divergências sobre a sociedade na maior arrematante individual do leilão, a Wisley A. de Souza.

Com sede em uma loja de queijos em Macapá, a empresa teve seu capital social alterado uma semana dias antes do leilão: de R$ 80 mil para R$ 5 milhões.

Em meio à crise, houve saída no governo: o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, deixou o cargo.

Para ser aberta, a CPI do Arroz precisa ter, no mínimo, 171 assinaturas de parlamentares. Até o começo desta noite, havia 132 assinaturas.

Após as investigações sobre o processo, o governo pretende fazer novos leilões, sob novo modelo, o que levanta protesto de entidades e representantes do agronegócio.

“Isso é um equívoco”, afirmou o líder da bancada do agro no Congresso, deputado Pedro Lupion (PP-PR) à CNN.

“Não há necessidade de importação de arroz”, declarou, afirmando que a safra de arroz já colhida em solo gaúcho garante que não haverá desabastecimento.

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