Nesta quarta-feira (12), o dólar subiu e a bolsa desceu. Não tanto pelo que o presidente Lula disse num evento patrocinado por investidores da Arábia Saudita, mas pelo que ele não disse.
Um estudo técnico do Tribunal de Contas da União (TCU) afirma que o Brasil está sendo asfixiado por duas contas. A primeira é o déficit na Previdência, que está piorando e já consome mais da metade das despesas primárias. Despesas essas que voltaram a crescer como proporção do PIB, enquanto a receita, também como proporção do PIB, diminuiu.
Com isso, ficou menor também o espaço do governo para as despesas discricionárias, incluindo investimentos, as que geram crescimento.
Esse quadro é complicado pela segunda conta asfixiante: o fato de o governo não conseguir diminuir a quantidade de renúncias fiscais, cuja legitimidade, aliás, o próprio Tribunal de Contas da União colocou em dúvida.
No meio disso tudo, o que tinha a dizer o presidente Lula? Que o Brasil vai equilibrar as contas pelo lado da receita e pela queda de juros.
Será que o presidente do Banco Central, que Lula vai nomear em breve, vai baixar os juros à força, como já aconteceu e não deu certo? E qual teria de ser o tamanho do aumento de impostos para equilibrar as contas públicas, já que não se fala em cortar gastos? Sobre isso, nada se ouviu do presidente.
Dólar nas alturas é sinônimo de descrença de como o governo Lula 3 vai enfrentar desafios tão grandes.
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