O governo federal anunciou, nesta sexta-feira (14) a instalação de uma sala de situação para acompanhar a emergência climática em decorrência da estiagem e das queimadas no país, especialmente nas regiões do Pantanal e Amazônia — biomas característicos do Brasil e que abrigam importante fauna.
Integrantes de diferentes pastas se reuniram, nesta sexta (14), com o presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin (PSB), para estabelecer as diretrizes dos trabalhos. A iniciativa será coordenada pela Casa Civil com o ministro da pasta, Rui Costa, com participação de 19 ministérios.
Conforme explicação da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, é comum que incêndios e queimadas sejam registrados nos biomas no primeiro semestre do ano. Com isso, o governo decidiu agir na gestão de risco, evitando a ação apenas no desastre.
“É uma sala de situação com certeza prolongada”, avaliou a ministra após o encontro. A primeira reunião está agendada para às 14 horas, na próxima segunda-feira (17). A pauta será a simplificação de normas para a contratação de serviços, equipes de brigadistas, equipamentos e aeronaves.
A possibilidade de solicitação de recursos extraordinários para a realização deste trabalho é ventilada pelo ministério. As providências para obtenção do recurso ordinário — aquele já previsto no Orçamento do governo federal — já estão sendo tomadas, conforme a ministra. Ela não adiantou, porém, os valores mínimos estimados para a ação.
Junção de fatores
Dados apresentados pela ministra Marina Silva mostram que a situação nos dois biomas se agravou por uma série de fatores.
“Estamos vivendo uma situação de agravamento dos problemas climáticos em função de uma combinação de El Niño com La Niña, o problema da mudança climática, e o fato de o Pantanal estar em situação crítica de natureza hídrica”.
O intuito do instrumento é colocar em prática ações de controle e prevenção do desmatamento e enfrentamento de queimadas.
Dados
Análise da ONG WWF-Brasil, segundo dados disponíveis do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), aponta que o Pantanal registrou 880 focos de queimadas em 2024, crescimento de quase 900% em comparação ao mesmo período do ano passado.
O agravamento também se dá porque as chuvas estão abaixo das médias históricas, o que afeta diretamente o ecossistema, possibilitando mais incêndios.
Já no bioma da Amazônia, dados do final do mês de maio dão conta de que a floresta enfrenta uma das maiores queimadas já registradas nos primeiros quatro meses do ano. Mais de 12 mil quilômetros quadrados da floresta amazônica brasileira foram queimados entre janeiro e abril, o maior número em mais de duas décadas de dados compilados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
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