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Enchentes no RS dão prejuízos bilionários ao varejo e turismo em maio, diz CNC

As enchentes no Rio Grande do Sul causaram um prejuízo de R$ 3,32 bilhões ao varejo local no mês de maio, além de uma perda de R$ 1,33 bilhão no turismo da região, apontam estimativas da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Segundo cálculos do economista Fabio Bentes, da CNC, o varejo gaúcho soma uma perda diária de receitas de cerca de R$ 123 milhões, acumulando um prejuízo equivalente a 18,3% de todo o volume previsto para o mês de maio.

“As consequências vão além das cifras, afetando também a infraestrutura e o abastecimento dos estabelecimentos comerciais, com queda abrupta de 28% no fluxo de veículos de carga nas estradas do Estado, segundo dados preliminares da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT)”, apontou a CNC, em nota.

O varejo do Rio Grande do Sul tem a quinta maior movimentação anual de recursos entre as Unidades da Federação. Em 2023, o comércio gaúcho somou R$ 203,3 bilhões em vendas, uma fatia de 7% do volume total vendido no país.

Entretanto, as perdas decorrentes da tragédia devem reduzir o volume de vendas local ao nível observado no primeiro semestre de 2021, “prejudicando ainda mais a recuperação econômica da região”, previu Bentes.

Quanto ao turismo gaúcho, a CNC estima uma perda diária de R$ 49,2 milhões nas vendas do setor no estado, totalizando R$ 1,33 bilhão no mês, cerca de 56,5% de toda a receita mensal prevista.

A chegada da alta temporada de inverno na região pode elevar a magnitude do prejuízo. Segundo Bentes, as receitas do setor crescem, em média, 13% na alta temporada em relação à baixa temporada.

“A tendência é que, às vésperas da alta temporada de inverno, que é importante na Região Sul, o setor registre perdas em relação ao ano passado”, frisou Fabio Bentes, em nota.

Ele acrescenta que a infraestrutura de transporte no Rio Grande do Sul foi “severamente afetada”, prejudicando o fluxo de viajantes. O funcionamento do Aeroporto Internacional Salgado Filho, responsável por 91% do fluxo de passageiros nos aeroportos do Estado, foi interrompido.

“O Ministério de Portos e Aeroportos autorizou o uso da Base Aérea de Canoas como alternativa, com 35 voos semanais, equivalentes a pouco mais de 10% da capacidade operacional do aeroporto principal. Por terra, o fretamento turístico também sofreu redução significativa em maio, com queda de 39% na quantidade de passageiros transportados com destino ao Rio Grande do Sul, conforme dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT)”, lembrou a CNC.

No ano de 2023, o turismo gaúcho somou R$ 28,9 bilhões em receitas, o equivalente a 6% do desempenho do setor no país.

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