O Brasil, mais uma vez, não foi bem na comparação da capacidade de competição de 67 países. Já estávamos na rabeira desse índice no ano passado. Este ano, pioramos e perdemos mais duas colocações.
O que a nossa economia exibiu em termos de geração de empregos foi amplamente compensado pela ineficiência em gestão pública e empresarial. Na comparação internacional, nosso país está na companhia de vizinhos em crise, como Venezuela, Argentina e Peru.
Não tenho o menor prazer em trazer a vocês material como esse índice de competitividade internacional, realizado por instituições sólidas e de grande reputação. Pois o que essa colocação ruim do Brasil demonstra não é o fracasso deste ou daquele governo, deste ou daquele político ou partido.
O que ele demonstra é uma preocupante falta de consenso em nossa sociedade sobre o grande desafio diante de nós: o da formação de capital humano. Esse ranking de competitividade usa 336 índices. Os piores para nós são educação técnica e aporte de recursos para ciência exatamente no momento em que só se fala de inteligência artificial, ou seja, inovação tecnológica.
Além de baixa eficiência governamental e baixa eficiência empresarial, também falta infraestrutura. A lembrança hoje dos 30 anos do Plano Real ajuda a ilustrar o argumento. Gerações de brasileiros não conseguiam controlar a inflação, até que um grande consenso social levou a medidas que estabilizaram a moeda e a economia.
Há um monte de sugestões de iniciativas para melhorar a capacidade do Brasil de competir lá fora. Mas elas vão ficar no papel enquanto nossa sociedade não resolver tratar de competitividade e produtividade, ou seja, de formar melhor nossas pessoas.
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