A Justiça do Rio de Janeiro pediu por mais um ano a permanência do ex-bombeiro militar Maxwell Simões Corrêa em presídio federal de segurança máxima.
“Suel”, como é conhecido, está preso desde julho do ano passado apontado pela Polícia Federal de ser participante nas mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
O despacho do juiz Gustavo Gomes Kalil agora precisa ser referendado pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), responsável pelas decisões da Penitenciária Federal em Brasília, onde Maxwell está preso há um ano.
O juiz se manifestou após pedido da defesa do militar, que argumentou não haver mais necessidade de ele continuar em presídio federal. A advogada Fabíola Garcia pediu a liberdade ou a transferência para um presídio estadual do Rio de Janeiro, onde mora a família de “Suel”.
A defesa sustentou que não há evidências de ligação direta ou indireta dele com o crime, “conforme colaboração premiada de Ronnie Lessa”, delator do caso e assassino confesso.
Lessa disse na delação que Maxwell Corrêa não sabia que seria Marielle o alvo da encomenda para ser morta, que ele entregou o carro usado no crime para ser usado em outra situação, para outro alvo.
A defesa, então, usou esse argumento de “mudança fática” e que não houve, segundo ela, atos preparatórios dele para o crime, mas o juiz não concordou.
O Ministério Público argumentou que há necessidade de manter Maxwell preso. “Expôs de forma substancial os fundamentos que sustentam o envolvimento de Maxwell Simões Corrêa nas execuções da parlamentar Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes.”
Procurada, a defesa informou que vai aguardar a notificação e adiantou que vai recorrer ao TRF-1 porque não vê necessidade de manter a prisão em penitenciária federal após um ano.
Quem é “Suel”
Maxwell Simões Corrêa foi preso em 24 de julho do ano passado. Ele já havia sido preso em junho de 2020 em uma operação que investigava o crime e cumpria prisão domiciliar.
Segundo a PF, ele teria ajudado a esconder armas de Ronnie Lessa, apontado como executor da vereadora e do motorista. Entre as armas, estaria aquela utilizada nos homicídios.
A PF também apontou que Maxwell fez “campana” seguindo os passos de Marielle antes do crime e que ainda teria levado o carro utilizado na noite do homicídio para um desmanche.
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