O Registro de Ocorrência Geral de Emergência e Risco Iminente à Comunidade LGBT+ foi batizado como como “formulário Rogéria”, uma homenagem à atriz, cantora e performer transgênero.
O formulário é utilizado em protocolos de registro de ocorrência por delegacias de 11 estados brasileiros. Com o objetivo de contabilizar os crimes de homotransfobia em âmbito nacional, recentemente o Ministério da Justiça decidiu implementar o protocolo em todos os estados brasileiros.
Quem foi Rogéria?
Nascida em 1943 em Cantagalo, estado do Rio de Janeiro, Rogéria estreou nos palcos cariocas em 1964, ano do golpe civil-militar.
Além das habilidades artísticas, ela foi maquiadora e é considerada uma personalidade pioneira no movimento travesti. “Sou a travesti da família brasileira!”, disse a artista em várias ocasiões ao longo da vida.
Localizado no Rio de Janeiro (RJ), o Museu Histórico Nacional (MNH) recebeu em maio de 2023 diversos itens pessoais de Rogéria doados por uma amiga e colega de palco da performer.
Pedro Heringer, diretor substituto do MHN, considera Rogéria uma das mais importantes artistas do país, sendo a primeira travesti a fazer sucesso na TV. Alguns de seus objetos pessoais, que agora fazem parte do acervo do Museu, significam, segundo Pedro, a busca da instituição por novos protagonismos, a ampliação do discurso e da capacidade de contar cada vez mais histórias.
O MNH também já teve peças de teatro relacionados à artista. Um deles, o “Por via das dúvidas”, dirigido por Agildo Ribeiro em 1973, foi alvo de censura da ditadura militar.
Rogéria morreu em 2017 em decorrência de complicações de uma infecção urinária.
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