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Pedidos de recuperação judicial em 2024 atingem maior patamar em quase 20 anos, diz Serasa Experian

Pedidos de recuperação judicial (RJ) cresceram 71%, totalizando 1.014 no primeiro semestre de 2024, na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo estudo da Serasa Experian.

O número é o mais elevado registrado desde o início da série histórica, em 2005.

Segundo o levantamento, a alta foi puxada por micro e pequenas empresas, que registraram 713 pedidos. Companhias médias e grandes protocolaram 207 e 94 requisições, respectivamente.

Para o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, o quadro de expansão já era esperado, analisando “os obstáculos que as empresas têm enfrentado, evidenciando um movimento intensificado em direção aos dispositivos legais de reorganização financeira, diante de um panorama de incertezas na economia”.

Além disso, o especialista diz que a inadimplência persiste em índices elevados, o que deve manter quadro de recuperações em alta.

“Com 6,9 milhões de CNPJs registrando débitos em maio, é um indicativo de que, a menos que haja uma reversão nessa tendência, os requerimentos de recuperação judicial tendem a se elevar ainda mais”.

O setor de serviços foi o mais impactado, mostrou o levantamento. A crise do segmento — responsável pelo maior mercado de trabalho do país — impacta diversas empresas nos últimos tempos, a exemplo da tradicional rede de cafeterias Casa do Pão de Queijo.

A lista segue com o segmento de comércio, indústria e primário.

Segundo especialistas consultados pela CNN, o fim do ciclo de queda da Selic piora mercado de crédito e pode aumentar recuperações judiciais, deixando os setores de serviços e varejo mais vulneráveis.

O atual patamar da taxa básica de juros é de 10,5%.

Pedidos de falência

Os pedidos de falência, por outro lado, apresentaram uma queda de 17,9% nos primeiros seis meses do ano. Nesse período, foram 448 registros, contra 546 no primeiro semestre de 2023.

A maioria das falências também veio do grupo de micro e pequenas empresas, com 267 pedidos, depois médias (95) e grandes companhias (86).

*Sob supervisão de Gabriel Bosa

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