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Eleições na Venezuela: O que se sabe sobre conversa entre Lula e Maduro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deverá conversar, por telefone, com Nicolás Maduro sobre as eleições na Venezuela. A ligação foi pedida pelo embaixador do país no Brasil, Manuel Vadell, ao Palácio do Planalto.

A conversa entre Lula e Maduro estava inicialmente prevista para esta quinta-feira (1º), mas pode acabar ficando para os próximos dias — entre amanhã (2) e o fim de semana. Por dois motivos.

Primeiro: parte de seus auxiliares próximos acha relevante um telefonema prévio entre Lula, o colombiano Gustavo Petro e o mexicano Andrés Manuel López Obrador — cujas posições estão alinhadas às do governo brasileiro. A ligação tende a ocorrer ainda hoje.

Esse tipo de conversa não é trivial. Costuma durar mais de meia hora, talvez uma hora ou até mais, conforme assessores presidenciais que acompanham as tratativas.

Segundo: a agenda doméstica de Lula está pesada. Nesta quinta-feira ele terá reuniões, por exemplo, com quatro ministros. Também recebeu o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, para discutir dois temas delicados: uma reforma no setor elétrico e um acordo com a Eletrobras que se arrasta desde o começo de 2023.

De acordo com um conselheiro do presidente, não há qualquer recusa ou resistência em falar com Maduro. Isso foi descrito, inclusive, como um desdobramento natural das conversas mantidas pelo assessor internacional Celso Amorim em Caracas. O que pode é “faltar tempo” para um telefonema tão delicado ainda hoje.

Aliado histórico de Maduro, Lula ainda não reconheceu o resultado anunciado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) no último domingo (28) que deu a vitória ao atual presidente venezuelano.

O resultado também não foi reconhecido pela oposição venezuelana, que alega fraude no processo e afirma que o candidato Edmundo González foi o real vencedor do pleito.

A principal exigência do governo brasileiro para se manifestar sobre o pleito no país vizinho é a divulgação das atas de votação. Apesar disso, interlocutores no Itamaraty avaliam que a publicação pode não ser suficiente para se reconhecer a vitória ou a derrota de Nicolás Maduro.

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