“Me perguntaram como eu podia ser o primeiro prefeito de Barra Mansa que não rivalizava com o de Volta Redonda. Eu disse o seguinte: ‘é porque eu não quero competir, eu quero aprender com quem sabe’. E o Neto é o maior professor de política que nós temos. É a pessoa que pode fazer a diferença na vida não só de Volta Redonda, mas de todo o Sul Fluminense. E eu agradeço a Deus pela oportunidade de hoje olhar para ele, olhar nos olhos, e dizer ‘eu sou colega desse cara’. Para mim, isso é um orgulho enorme. Em 1998, eu estudava em Volta Redonda, e o Neto já era prefeito. Eu pensava: ‘quando eu crescer, quero ser igual a esse cara’. O Neto vai nos dar a honra de ser prefeito pela sexta vez, e é o primeiro do Brasil que vai ter seis mandatos”.
As palavras, emocionadas, são do prefeito de Barra Mansa, Rodrigo Drable, e foram ditas durante lançamento oficial da candidatura de Neto à prefeitura de Volta Redonda, na noite de segunda, 29, no Clube Comercial, diante de cerca de duas mil pessoas. Além de Rodrigo, outros políticos de peso também prestigiaram o ato (ver matéria na página 12). No dia seguinte, em entrevista exclusiva ao aQui, Neto falou dos seus sonhos para o 6o mandato que busca à frente do Palácio 17 de Julho. Se for eleito, será, como disse Drable, o primeiro do Brasil a comandar por tanto tempo uma prefeitura.
aQui: Pela experiência de cinco campanhas vitoriosas, o senhor acredita que os cerca de 300 candidatos a vereador dos 12 partidos que o apoiam terão papel importante na defesa do seu nome (e do Faria) ou eles apenas esperam que o senhor os ajude? Neto: Nunca tive uma Câmara Municipal tão parceira como esta que temos agora. Graças a esse entendimento, de que só com união seria possível recuperar nossa cidade, conseguimos avançar muito. Temos muitos aliados, teremos grande apoio, principalmente daqueles que entenderem que nossa cidade ainda precisa ir além. Fizemos muito e faremos muito mais, justamente sabendo que ninguém faz nada sozinho.
aQui: Normalmente, os candidatos a prefeito saem às ruas prometendo mundos e fundos. Algumas propostas são inviáveis e até irresponsáveis. O que o senhor pretende apresentar de novo depois de cinco mandatos à frente do Palácio 17 de Julho?
Neto: Uma cidade como Volta Redonda, em constante crescimento, necessita sempre de melhorias e ampliação dos serviços públicos oferecidos à população. Por isso, estamos fazendo a ampliação do Hospital São João Batista, criamos mais dezenas de leitos no Hospital do Retiro, compramos dezenas de viaturas para reforçar a segurança, colocamos câmeras nas escolas para proteger as crianças, abrimos uma creche com 400 vagas.
Reabrimos todos os Cras e estamos construindo outros três. Conseguimos intermediar a chegada do Sesc, estamos apoiando a expansão do Sider Shopping e de tantos outros empreendimentos, que estão gerando renda e empregos. Os investimentos que estamos fazendo na infraestrutura vão preparar Volta Redonda para o futuro, com os viadutos e a nova ponte. Estamos buscando atuar em todas as áreas e ainda temos muito a entregar.
aQui: Sua campanha terá como mote a continuidade do trabalho, que parar tudo ou retroceder – com uma suposta vitória da oposição – seria o pior cenário para Volta Redonda?
Neto: A melhor campanha é o mandato. Se o mandato for bom, a chance de continuar é boa. Se for um mandato ruim, a chance de ficar é menor. Um prefeito que não consegue se reeleger deve refletir muito, pois em geral errou mais que acertou. O que teremos será a avaliação do mandato em suas diversas variáveis.
aQui: Nas eleições passadas, o senhor obteve 57,20% dos votos já no primeiro turno e enfrentou 14 candidatos. Agora, a previsão é de que seus adversários sejam apenas quatro. Como analisa esta redução de adversários?
Neto: São tempos diferentes, com situações diferentes em todos os aspectos. Primeiro pelo fato de terem tentado de todas as formas colarem a imagem de inelegível em mim. Falaram tanta mentira que acreditaram no que estavam falando, mas a Justiça e a vontade popular prevaleceram. Em segundo, pois tínhamos uma cidade totalmente diferente da que temos hoje. O cenário era de terra arrasada, o governo passado estava com uma avaliação popular muito baixa, não estava fazendo o básico, que era pagar os salários dos servidores. Os hospitais estavam fechando as portas, a economia, parada. Tudo isso mudou e mudou também o cenário político, em um movimento até normal.
aQui: O senhor já sofreu críticas por não saber administrar os cofres do Palácio 17 de Julho e, agora, por supostamente governar ‘desadministrando’ Volta Redonda. O que tem a dizer aos seus críticos?
Neto: Pagamos servidores e fornecedores em dia, aumentamos a arrecadação, conseguimos dar reajuste salarial, estamos com centenas de obra em andamento em todas as regiões da cidade. Vamos ampliar o Hospital São João Batista, estamos construindo um Hospital Veterinário, o Hospital dos Olhos, o Hospital das Crianças. Cada um fala o que quer, pensa o que quer e vota em quem quiser. Esta é a beleza da democracia. O que a população tem certeza é de que tem na prefeitura uma pessoa de bem, que ama a cidade e que trabalha sempre para acertar.
aQui: Depois de cinco mandatos mantendo praticamente a mesma equipe, não estaria na hora de injetar sangue novo no seu futuro governo, caso vença as eleições?
Neto: Sodré, Abmailton, Rafael, Gustavo Corrêa, Edvaldo, Poliana, Larissa, Anderson de Souza, Caio Teixeira, Silvano, Professor Osvaldir, Conceição, Rosane Marques, Cora. Estes são alguns nomes novos que integramos na equipe neste mandato. Fora a criação da Secretaria de Segurança e também da Pessoa com Deficiência. Renovamos e podemos renovar mais ainda no próximo mandato. A necessidade e a vontade do povo serão decisivas nisso.
aQui: O que deu certo neste último mandato, e o que precisa ser revisto e mudado?
Neto: Colocar os salários em dia, conseguir dar reajuste. Muitos que estão lendo essa entrevista e são servidores sabem que quando a gente entrou (no Palácio 17 de Julho) os salários estavam atrasados, sem perspectiva de serem
pagos. Reabrimos os hospitais que já existiam e estamos ampliando estas unidades. Estamos construindo mais hospitais, colocamos médicos nos postos, abrimos uma creche com 400 vagas. A geração de emprego está em alta, a segurança inegavelmente melhorou. Essa cidade não tinha uma obra em andamento, estamos lutando contra o tempo para tirar o tempo perdido. Mas tem muita coisa para fazer e sem dúvida tudo, tudo mesmo, pode ser melhorado. É isso que nos motiva a trabalhar.
aQui: Como está a sua máquina (coração)? Comovaiserodiaadia da campanha? Como chegar aos bairros, subir os morros para pedir votos? Ou a sua campanha será mais virtual do que presencial?
Neto: Estou 100%. A campanha será um pouco diferente, pois estou no mandato e tenho de trabalhar. No mais, sempre estamos percorrendo os bairros, entregando obras, conversando. Outro dia ganhei uma abóbora com carne-seca maravilhosa
durante uma visita ao Santa Rita do Zarur.
aQui: Aliás, o senhor acha que as redes sociais conseguirão eleger candidatos que não gastam sola de sapato, que não apertam a mão de eleitores, que não comem pastel na feira, entre outras?
Neto: Tudo ajuda, tudo agrega. A experiência de ter um prefeito totalmente preso à rede social não foi boa. Tem de ter equilíbrio entre todas as situações.
aQui: Por falar nas redes sociais, o senhor tem sofrido muitas cobranças em comentários nas suas postagens. No lançamento da sua campanha, por exemplo, dos 98 comentários feitos até amanhã de terça, 30 de julho, 18 eram sobre a creche do Belmonte. Acha que eles são espontâneos ou fazem parte de uma situação orquestrada? E o que o senhor diria sobre a creche: vai sair no lugar escolhido, o original? Neto: As críticas fazem parte da democracia e quando feitas de maneira decente são sempre bem- vindas, pois nos ajudam a decidir melhor as situações.
aQui: Para encerrar, que recado o senhor deixa aos eleitores de Volta Redonda?
Neto: De agradecimento ao carinho que tenho recebido, de firmar um compromisso de que seguirei trabalhando até o fim do mandato para entregar uma cidade cada vez melhor. Eleição é consequência dos nossos atos e, em Volta Redonda, de recordação do que vivemos antes da gente voltar. A cidade estava arrasada, hoje está se recuperando, já melhorou muito. Temos muito a fazer ainda, mas estamos no caminho certo.