É para comemorar muito, muito, muito, torcedor do Voltaço. O dia 19 de outubro de 2024 entra para a história do Volta Redonda Futebol Clube como o dia da vitória que garantiu a conquista do segundo – e mais importante – título dos seus 48 anos. O Voltaço é campeão da Série C, oito anos depois de, invicto, ganhar a Série D.
E há méritos, muitos méritos. O título veio fora de casa diante de uma equipe bem treinada, bem armada por Roger Silva, que, em seu estádio, o Joaquim Portugal, havia perdido apenas um dos 12 jogos até então ali disputados.
O Voltaço teve uma grande atuação. Mesmo com a vantagem do empate, suportou a previsível pressão do Athletic, mas não se limitou a tentar defender o resultado que poderia lhe dar o título depois da vitória uma semana antes no Raulino de Oliveira. O time também buscou a vitória e conseguiu fazer 2 a 0, com gols de PK e Bruno Santos, um em cada tempo.
É um momento especial para a torcida. Ano que vem é Série B. Já estava bom ter se classificado. O título coroou o trabalho e entregou mais um troféu para o Tricolor de Aço, que vem se consolidando cada ano mais como a quinta força do futebol do Rio de Janeiro.
Vantagem ampliada – O jogo em São João del-Rei começou sob chuva. Em campo, o que já era esperado. Precisando marcar um gol para ao menos levar a decisão para os pênaltis, o Athletic saiu pressionando. E, durante todo o primeiro tempo, concentrou seus ataques pelo lado esquerdo, onde o técnico do Voltaço, Rogério Corrêa, escalou Muriel para substituir o suspenso Wellington Silva.
E logo aos 4 minutos, justamente pela esquerda, o time mineiro chegou com perigo. Yuri cruzou, a bola passou por toda a pequena área e o atacante Denilson não conseguiu alcançar. A pressão prosseguiu, sempre pelo lado esquerdo do ataque, mas a defesa do Volta Redonda, bem postada, não deixava espaço para os atacantes adversários tentarem a finalização.
Por sua vez, o Voltaço conseguiu assustar os donos da casa aos 12. PK deu uma invertida da direita para a esquerda e achou Sanchez, que, da entrada da área, soltou uma bomba. A bola resvalou na zaga e saiu à esquerda do goleiro Jefferson.
O lance animou o Tricolor de Aço, que adiantou o time e foi para o jogo. Aos 26, ampliou o placar agregado. MV recebeu pela esquerda, se livrou da marcação e foi à linha de fundo, de onde achou PK para apenas empurrar para o fundo das redes e fazer 1 a 0.
Um minuto depois, MV perdeu a chance de marcar o segundo, finalizando muito alto da entrada da área.
Já o Athletic, depois de se recompor do gol sofrido, voltou a colocar pressão, com Yuri, Villero e outros jogadores do meio buscando o lado direito da defesa do Voltaço. Aos 40, Villero chutou de fora da área, a bola desviou na zaga e foi pela linha de fundo.
Aos 43, o Athletic teve uma excelente chance na cobrança de uma falta a um passo da meia lua. Yuri cobrou, a bola bateu na zaga e voltou para o lateral-esquerdo, que mandou uma bomba à direita de Drosny.
Pressão total, expulsão e gol– O jogo ganhou em velocidade no segundo tempo. E logo que a bola rolou, o goleiro Jean
Drosny teve que fazer uma boa defesa em conclusão de fora da área do lateral Ynaiã.
Aos 7, o goleiro do Volta Redonda trabalhou de novo. Villero, desta vez pela direita, cruzou na pequena área, a zaga não chegou e os atacantes Danilo e Denilson foram na mesma bola, permitindo a defesa de Drosny. Dois minutos depois, o Athletic, botando pressão cada vez maior, acertou o travessão de Drosny com David Braga.
No minuto seguinte, o Athletic sofreu um golpe. O meia Giovane, que já tinha sido advertido no primeiro tempo com cartão amarelo, recebeu o vermelho por falta dura em um adversário.
A desvantagem numérica não diminuiu o ímpeto do time da casa, que seguiu em busca do empate. Mas, com um homem a mais, o técnico Rogério Corrêa mexeu, colocando em campo Vini Moura e Douglas Skilo, tirando PK e MV, respecivamente. E coube a Skilo, no primeiro lance, quase fazer o segundo, mas o goleiro Jefferson defendeu.
Também para corrigir o sistema defensivo, Rogério tirou Muriel e lançou Emerson Júnior.
Aos 22, nova chance perdida pelo Tricolor de Aço. Skilo recebeu na esquerda, fora da área, e cruzou, mas Robinho finalizou para fora, praticamente na frente do goleiro Jefferson.
Mas, aos 26, depois de mais duas mudanças feitas por Roger Silva para dar novo fôlego ao Athletic, o Volta Redonda marcou o segundo gol. Em ataque pela esquerda, Robinho cruzou e Bruno Santos, sozinho na pequena área, cabeceou com categoria e fez 2 a 0, calando de vez a torcida do Athletic, que começou a deixar o estádio, enquanto o técnico do Voltaço, Rogério Corrêa, literalmente correu pra galera, abraçando torcedores próximos do gramado – e recebendo o cartão amarelo menos problemático de sua carreira.
Já o Athletic terminou o jogo com dois a menos. O bom atacante Paul Villero recebeu cartão vermelho por falta em Sanchez. Aí, foi só o Voltaço administrar e esperar o apito final para jogadores, comissão técnica e os torcedores que foram a São João del-Rei explodirem de alegria. Todos merecem.
Athetic 0 x 2 Volta Redonda
Local: Estádio Joaquim Portugal – São João del-Rei
Árbitro: Luiz Flavio de Oliveira (SP), auxiliado por Evandro de Melo Lima (SP) e Leandro Matos Feitosa (SP)
Athletic: Jefferson, Ynaiã (Douglas Pelé), Danilo, Sidimar e Yuri; Fumaça (Rafael Lucas), Giovane e David Braga (Neto Costa); Lucas Mineiro (Alason Carioca), Denilson (Maurício) e Paul Villero. Técnico: Roger Silva
Gols: PK, aos 26’ do 1º tempo e Bruno Santos, aos 26 do 2º tempo
Volta Redonda: Jean Drosny, Muriel (Emerson Júnior), Gabriel Bahia (Marcos Júnior), Lucas Souza e Sanches; Bruno Barra, Henrique Silva (Evanderson), Robinho e PK (Vini Moura); MV (Douglas Skilo) e Bruno Santos. Técnico: Rogério Corrêa