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Taxas dos DIs disparam após governo confirmar corte de IR, mercado vê aceleração da Selic

As taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) dispararam nesta quarta-feira (27), com os contratos de prazos longos registrando elevações próximas de 40 pontos-base após notícias de que o governo, no pacote fiscal a ser divulgado à noite, vai anunciar a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês.

A medida — que deve impactar a arrecadação — vem na contramão da expectativa do mercado, que esperava ações do governo para cortar despesas. Em reação, a curva de juros brasileira mostrou uma ampliação das apostas de que o Banco Central, no cenário fiscal atual, será obrigado a acelerar o processo de elevações da taxa básica Selic, hoje em 11,25% ao ano.

No fim da tarde a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2025 — que reflete as apostas para a Selic no curtíssimo prazo – estava em 11,564%, ante 11,508% do ajuste anterior. Já a taxa do contrato para janeiro de 2027 marcava 13,63%, em alta de 31 pontos-base ante o ajuste de 13,322%.

Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 13,31%, ante 12,921% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 13,19%, em alta de 39 pontos-base ante 12,803%.

Noticiada no início da tarde pela imprensa com informações atribuídas a fontes anônimas, a isenção de IR foi posteriormente confirmada pelo ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho. Em entrevista coletiva para comentar dados de emprego, ele afirmou que o pacote incluirá a isenção de IR e também tratará da taxação de super-ricos e dos supersalários.

Suas declarações foram dadas antes de pronunciamento sobre o pacote do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, marcado para 20h30 desta quarta-feira em rede nacional, e antes mesmo de reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Haddad com os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara, Arthur Lira, para apresentação das medidas, prevista para esta tarde.

Até então a expectativa predominante era de que o pacote se concentraria em medidas de contenção de despesas, conforme informado anteriormente pela equipe econômica. Assim, a possibilidade de medida de isenção de IR — que na prática a princípio reduz a arrecadação — foi imediatamente interpretada por parte do mercado como uma insensatez do governo.

Com isso, as taxas dos DIs, que já estavam em alta ao longo da manhã sob a expectativa do pacote, deram um salto, com alguns contratos mostrando elevações superiores a 40 pontos-base, em meio aos temores de descontrole das contas públicas.

“O mercado já estava bem ansioso com a questão do pacote. Finalmente parece que vai ser anunciado hoje, o que seria uma notícia positiva, mas veio (com a notícia de) que vai incluir a isenção. O mercado está reagindo muito mal”, disse durante a tarde Daniel Leal, estrategista de renda fixa da BGC Liquidez.

Segundo ele, a isenção em si não é uma surpresa, já que era uma promessa de campanha de Lula, mas vem no momento errado, afastando o foco do problema das despesas.

“O que pega mal é que você está trabalhando há séculos em um pacote para mostrar responsabilidade fiscal, aí praticamente explode o pacote quando vem essa notícia. Tira o foco e divide as atenções”, completou.

No último mês, os agentes financeiros já vinham mostrando nervosismo com a demora pelo anúncio, uma vez que as medidas haviam sido prometidas para depois do segundo turno das eleições municipais. A expectativa, no entanto, era de que a divulgação pudesse gerar algum alívio para os ativos brasileiros.

Em Brasília, uma fonte do governo, falando sobre a condição de anonimato, expressou desapontamento com a inclusão da isenção fiscal no discurso a ser transmitido à noite, alertando que isso poderia ofuscar o impacto positivo das medidas de controle de despesas e dificultar as negociações no Congresso para a aprovação do pacote fiscal mais amplo.

Haddad falará em Rede Nacional de Rádio e Televisão às 20h30, com previsão de duração de sete minutos e 18 segundos.

Perto do fechamento a curva brasileira precificava 95% de probabilidade de alta de 75 pontos-base da Selic no próximo mês e apenas 5% de chance de elevação de 50 pontos-base. Na véspera os percentuais eram de 73% e 27%, respectivamente.

As notícias em torno do pacote ofuscaram o restante do noticiário desta quarta-feira.

À tarde o Ministério do Trabalho e Emprego informou que o Brasil abriu 132.714 vagas formais de trabalho em outubro, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), abaixo dos 200.000 esperados por economistas consultados em pesquisa da Reuters.

No exterior, os rendimentos dos Treasuries caíam em meio a preocupações com o crescimento econômico global. Às 16h43, o rendimento do Treasury de dez anos cedia a 4,244%, ante 4,302% da sessão anterior.

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