O diretório nacional do PT (Partido dos Trabalhadores) apresentou uma emenda para alterar o artigo que veda um terceiro mandato na executiva nacional da sigla. O assunto deve ser votado pelos integrantes do partido, nesta segunda-feira (17).
Se aprovado, o dispositivo abriria brecha, por exemplo, para que a presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PT-PR), disputasse uma novo pleito interno. De acordo com aliados, a deputada federal não é candidata nas eleições petistas marcadas para julho.
Entretanto, a aprovação da nova regra poderia aumentar o poder de negociação da atual direção para postos-chave dentro do partido.
Um dos mais cobiçados é a Secretaria Nacional de Finanças e Planejamento. Atualmente, Gleide Andrade (PT-MG), aliada de Gleisi, é a tesoureira do PT. Sem a nova a regra, ela teria que deixar o cargo.
Gleisi é cotada para assumir um ministério na reforma que deve ser feita por Lula na Esplanada. O mais citado é a Secretaria-Geral da Presidência da República. O cargo, hoje, está com Márcio Macêdo (PT-SE), que também faz parte da direção partidária.
Uma das justificativas dos petistas para retirar o veto ao terceiro mandato é que muitos diretórios municipais poderiam fechar com essa regra, já que há dificuldade de renovação de quadros para direção local.
Por outro lado, a avaliação é que a medida aumenta a concentração de poder dentro da legenda e dificulta o trabalho de novas lideranças.
Eleições internas
O PT deve promover o processo de eleições diretas internas em julho. O partido adiou o pleito que seria em 2023, para evitar atritos no primeiro ano de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O ex-prefeito de Araraquara (SP), Edinho Silva, tem viajado pelo país ao lado de nomes, como o ex-ministro José Dirceu, para disputar a presidência da legenda.
O avanço de Edinho na disputa desagradou aliados de Gleisi, que defendem que a atual presidente deve conduzir o sucessor.
Entre os nomes que podem ser encaminhados por Gleisi, está o do líder do governo, deputado federal José Guimarães (PT-CE).