Queremos aprofundar contrato da COP30 no TCU, diz líder da oposição à CNN

Em entrevista à CNN, o líder da oposição na Câmara dos Deputados, Zucco (PL-RS), disse que é preciso um “maior aprofundamento” sobre o contrato firmado pelo governo federal com uma organização internacional para a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), em Belém.

Zucco vai acionar o Tribunal de Contas da União (TCU) para investigar o acordo de quase R$ 500 milhões.

“Estamos acionando nossa equipe técnica para tratar junto ao TCU pedido de informações, para podermos ter um maior aprofundamento sobre essa questão relacionada à contratação sem licitação”, afirmou Zucco nesta sexta-feira (28) ao CNN 360º.

A organização contratada é a Organização dos Estados Ibero-Americanas (OEI), com sede na Espanha. A vigência do contrato vai até junho de 2026. A apuração é do analista de política da CNN Caio Junqueira.

Pelo acordo entre governo e a OEI, a organização vai atuar na “preparação, organização e realização da COP30, incluindo a realização de ações administrativas, organizacionais, culturais, educacionais, científicas e técnico-operacionais”.

“Podemos ter empresas aqui, de capital nacional, que, com licitação, pudessem ser contratadas”, sugeriu Zucco. “Será que só temos essa organização capacitada para a COP30?”, indagou, em outro momento.

O líder disse que os trabalhos da oposição serão feitos com “responsabilidade”, mas que, quando as comissões da Câmara forem instaladas, representantes do governo podem ser chamados a prestar esclarecimentos sobre o contrato.

Zucco afirmou também ver “possíveis irregularidades” pelo fato de haver pessoas que estiveram na organização contratada e, hoje, fazem parte do governo Lula.

O atual diretor da OEI no Brasil, Rodrigo Rossi, assumiu o posto em julho de 2024. Ele substituiu Leonardo Barchini, que deixou o cargo para comandar a Secretaria Executiva do Ministério da Educação.

A relação entre OEI e o governo federal se intensificou após a entrada de Barchini no MEC. No segundo semestre de 2024, cinco contratos foram fechados entre as partes, totalizando mais de R$ 80 milhões.

Somados, os três governos anteriores a Lula 3 — Dilma Rousseff (PT), Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL) — fecharam R$ 50 milhões em contratos com a organização.

A CNN entrou em contato com o Planalto e aguarda posicionamento.

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