Major Daniel Abreu garante que campanha não tem data para terminar
Desde 2021, a Prefeitura de Volta Redonda vem sofrendo com as obras de modernização da Rua 33, uma das principais vias da cidade do aço. Se tudo correr bem, ainda no primeiro semestre de 2025, elas serão concluídas e, finalmente, a 33 não terá mais nenhum fio exposto. Todos, de energia elétrica a redes de telefonia e internet, ficarão embutidos. Guardadas as proporções, em Barra Mansa, os moradores e comerciantes de vários bairros estão batendo palmas para uma ação do governo Furlani, administrada pela Secretaria de Ordem Pública, que passa por eliminar os cabos e fios sem uso dos postes do município. Não vai embuti-los, mas vai pôr a casa em ordem. Tem mais. Vai oferecer mais segurança a pedestres e motociclistas.
Quem garante é o secretário de Ordem Pública, major Daniel Abreu. A princípio, a medida vai atingir quatro mil postes. “Tínhamos a necessidade de organizar, trazer um ordenamento público e garantir a segurança de pedestres e motociclistas que tinham grande risco de acidentes em decorrência de cabos partidos na via”, justifica Daniel. O custo do investimento não é alto. Não serão gastos milhões, como na Rua 33, em Volta Redonda. Muito pelo contrário. “Em torno de R$ 5,00 por poste”, garante Abreu, confirmando que a primeira etapa da retirada dos fios vai atingir cerca de quatro mil postes. No total, segundo ele, já foram retiradas mais de 28 toneladas de fios inúteis.
Para que isso fosse feito, a Prefeitura de Barra Mansa acabou contratando uma empresa especializada. “ Tinha que ser especializada nesse tipo de serviço, para não termos o risco com o corte de fios errados”, justificou. A estratégia deu certo, pois, segundo Abreu, até hoje, nenhum bairro ficou sem luz ou internet por conta do serviço de eliminação dos cabos e fios inúteis. Indagado se as empresas criaram problemas, o secretário de Ordem Pública de Barra Mansa afirmou que algumas chagaram a questionar a medida. “Houve alguns questionamentos se não iria provocar danos a algum equipamento, mas deixei claro que gostaria muito da identificação da empresa que estava cau- sando aquele dano, inclusive para responsabilizar a empresa”, pontuou, lamentando que algumas tenham deixado a desejar. “Infelizmente, as maiores operadoras são as que mais causam danos através de terceirizadas, que, ao fazer as manutenções, largam os cabos velhos no poste”, explicou. Quanto à Light, responsável pelo fornecimento de energia elétrica em Barra Mansa, uma surpresa. “A empresa simplesmente não se manifestou. Dei ciência (da campanha, grifo nosso), até para ela poder adotar alguma medida, mas nada foi feito”, lamentou o major Daniel Abreu, lembrando que não chegou a eliminar, até agora, fios da Light. “Da Light não, mas achamos fios energizados de telefonia, além disso a Light tem a obrigação, pois o poste é dela”, afirmou.
Para convencer as empresas a colaborar, menos a Light, que nem respondeu à prefeitura, o secretário de Ordem Pública agradeceu a postura da maioria. “Fizemos reuniões com os provedores locais e com a Oi e a Vivo. A maioria dos provedores locais se colocou à disposição para auxiliar. A Oi está até colocando uma equipe para passar antes nos locais onde iremos realizar a limpeza, para retirar seus cabos”, detalhou, prometendo agir, no futuro, contra quem boicotar o serviço. “Iremos criar uma nova regulamentação visando estabelecer critérios e punições para as empresas que deixarem cabos espalhados e não respeitarem nossa cidade”, alertou.
Segundo Abreu, a regulamentação se faz necessária para viabilizar a aplicação de uma lei, de 2023, aprovada pela Câmara de Barra Mansa, referente a um projeto apresentado pelo vereador Gustavo de Almeida Gomes. “Vamos criar uma normatização nova, pois não adianta cobrar algo de uma operadora sem você ter como cobrar de quem causou o dano. Estamos deixando a cidade limpa, e essa normatização vai prever que as manutenções de rede, como um reparo em uma rede rompida, que é um dos maiores fatores de cabos partidos na cidade, sejam comunicadas à Secretaria de Ordem Pública. E todas as operadoras deverão ter um alvará de execução de serviço para atuar no município, com numeração nos carros utilizados, para fácil identificação em casos de serviços mal realizados na rua”, detalhou. Por fim, Abreu garantiu que o problema enfrentado pelas equipes quando vão retirar os fios resume-se à complexidade dos cabos emaranhados e espalhados, que acabam tornando o serviço mais lento. O que não o impede de anunciar que a campanha da pasta vai continuar até “limpar o máximo possível de fios”. Ou seja, “não tem prazo para acabar’
PL 28/2023
A lei que o major Daniel Abreu diz ser necessária é uma nova regulamentação que nasceu de um projeto do vereador Gustavo de Almeida Gama, em 2023, e o artigo 1° deixa claro que as concessionárias, permissionárias e autorizadas dos serviços de telecomunicações e de distribuição de energia elétrica deverão remover os dispositivos inservíveis que tenham sido instalados em locais públicos em razão da prestação desses serviços, de acordo com normas estabelecidas pelo órgão ou entidade responsável por sua regulação. Ao apresentar o PL, Gustavo deixou claro que o aspecto mais grave relacionado ao abandono dos cabos e fios inservíveis é “o comprometimento da segurança da população. Em muitos casos, cabeamentos sem utilização permanecem energizados, resultando em grave risco, sobretudo em caso de ruptura acidental. Vale ressaltar que incidentes desse gênero já ocorreram”, garantiu o parlamentar, indo além. “A cidade de Barra Mansa tem muitos fios soltos nos postes, ficam embaralhados, enrolados, amarrados e penduragdos. É uma imagem que, além de assustadora, revela-se perigo real. É imprescindível a organização do cabeamento de energia pelas concessionárias, pois a delegação do Poder Público carrega consigo o dever de responsabilidade”.
Problema de fios soltos e amarrados em postes é comum em Volta Redonda
Exemplo a ser seguido
A campanha desenvolvida pela Secretaria de Ordem Pública de Barra Mansa, que já retirou cerca de 30 toneladas de cabos e fios dos postes da cidade a um custo irrisório de R$ 5,00 por poste, deveria ser seguida por outras cidades da região. É o caso de Volta Redonda, onde a medida se faz necessária. Se alguém duvidar, basta andar pelos bairros para verificar que centenas de postes estão como os das fotos feitas na São Geraldo e Monte Castelo. E que a Semop do governo Neto, que se gaba de ser a melhor em tudo, até em corte de árvores, por exemplo, adote a campanha de Barra Mansa. Sai mais barato que modernizar a Rua 33.