A União Europeia e o Canadá anunciaram uma leva de retaliações às tarifas globais de Donald Trump sobre o aço e o alumínio. O americano voltou a dizer que tem pouquíssima flexibilidade com as medidas.
Como resposta, os canadenses taxaram em 25% não só as importações dos metais, mas também itens de consumo como computadores e artigos esportivos. A medida vai impactar cerca de US$ 20 bilhões em produtos americanos e passa a valer já nesta quinta-feira (12).
Do lado europeu, serão tributados mais de US$ 28 bilhões em bens americanos. Isso será feito em duas etapas:
- A primeira passa a valer em 1° de abril e atinge itens como whisky, motos e embarcações americanas, que serão tarifadas em 50% pelo bloco.
- A segunda começa no dia 13 de abril e atingiria US$ 18 bilhões em produtos dos Estados Unidos.
A lista de recursos incluídos ainda não está completa e será divulgada nas próximas semanas.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, reforçou que segue disposta a negociar e que as taxas não são interessantes para nenhum dos lados.
“Tarifas são impostos. Elas são ruins para os negócios e piores para os consumidores. Elas estão desestabilizando as cadeias de suprimentos. Elas trazem incerteza para a economia. Empregos estão em risco. Os preços sobem. Ninguém precisa disso, nem na União Europeia, nem nos Estados Unidos.”, afirmou von der Leyen.
As reações da Europa e do Canadá irritaram Trump, que promete uma resposta.
“Então, qualquer coisa que eles nos cobrarem, nós cobraremos deles. Ninguém pode reclamar disso. Seja o que for, nem importa o que seja. Se eles nos cobrarem 25% ou 20%, ou 10%, ou 2%, ou 200%, então é isso que nós cobraremos deles.“, disse o presidente americano.
O governo brasileiro, por sua vez, classificou o “tarifaço” como “injustificável e equivocado”, mas ainda aposta no diálogo para reverter a situação. Ao mesmo tempo, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, acelerou a votação de um projeto que permite ao governo retaliar países ou blocos que imponham medidas comerciais contra o Brasil.
Mesmo assim, o Planalto vê tarifas aos americanos apenas como “a última opção” na mesa de negociações.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o presidente Lula pediu “calma”, reforçando que nós já negociamos outras vezes em posições até mais desfavoráveis.”
O Brasil é o segundo maior exportador de aço aos Estados Unidos, atrás apenas do Canadá. O setor siderúrgico sofrerá com perdas de US$ 1 bilhão em exportações neste ano, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica.