A retração de Donald Trump veio após uma destruição sem precedentes nos mercados financeiros de todo o mundo – um colapso causado por suas próprias ações. Embora os índices tenham revertido sua trajetória e começado a subir imediatamente após seu recuo, o estrago já estava feito e é provavelmente irreversível.
O principal dano não foi apenas financeiro, mas sim a perda de confiança. O Tesouro americano, tradicional porto seguro para investidores, viu sua credibilidade abalada. Da mesma forma, a condução política da Casa Branca deixou de ser vista como estável e previsível.
O caos provocado por Trump não foi resultado de cálculo estratégico ou tática de negociação. Pelo contrário, trata-se do mais emblemático caso de suicídio geopolítico da história moderna, impulsionado por uma mistura de ignorância, incompetência e arrogância. Seu governo representou uma ruptura com os valores que os Estados Unidos defenderam nas últimas oito décadas, sem que ninguém soubesse ao certo o que viria no lugar.
Diante desse desastre e da posterior retração de Trump, grandes instituições financeiras e consultorias alertam que as incertezas persistem: a inflação global continua uma ameaça, o crescimento econômico desacelera em todas as regiões, e a guerra comercial com a China permanece indefinida – com tarifas superiores a 100% ainda em vigor.
No início do ano, os Estados Unidos lideravam entre as economias do G7, o grupo das nações mais ricas do mundo. Em apenas três meses, Trump conseguiu dissipar essa vantagem. Agora, resta saber como o país e o mundo se recuperarão de um colapso que não foi fruto do acaso, mas sim de uma gestão marcada pela imprudência e pela instabilidade.