Por Pollyanna Xavier
Um boletim apócrifo (sem autoria) provocou uma corrida de trabalhadores da CSN ao Sindicato dos Metalúrgicos, e uma fila quilométrica se formou em frente à sede da Gustavo Lira. O fato aconteceu na segunda, 14, e os diretores do G5 demoraram a explicar o que houve. O boletim dava conta que o Sindicato havia aumentado o percentual da taxa negocial de 3 para 4%, e que quem não concordasse com o desconto deveria se opor até segunda-feira, 14. Resultado: mais de 600 trabalhadores se apresentaram contra o desconto.
Segundo apurado pelo aQui, o aumento da taxa negocial é permitido por lei, desde que avisado em edital e aprovado em assembleia. Já o desconto é feito na folha de pagamento do trabalhador e equivale ao percentual estipulado sobre o valor do salário. Até o ano passado, o percentual era de 3%, mas, este ano, aumentou para 4%, em duas parcelas de 2%, a serem descontadas nos salários de maio e junho. Os valores são levantados pela CSN e repassados ao Sindicato como forma de indenização pelas negociações do acordo coletivo de trabalho 2025/2026. Os recursos servem como fonte de custeio para a entidade sindical.
Ao aQui, o diretor de Comunicação, José Marcos, afirmou que o boletim era ‘fake’ e disse não saber quem o teria divulgado. No entanto, José Marcos confirmou o aumento da taxa negocial e a divulgação do edital, em cumprimento à legislação sindical. Apesar de ‘fake’, mais de 600 pessoas compareceram ao Sindicato e expressaram a vontade de impedir o desconto de 4% em seus salários. O número de opositores, porém, representa apenas 10% do total de votantes do acordo coletivo da CSN.
Edimar
No Instagram, o ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Edimar Miguel, se opôs ao aumento da taxa negocial e ao resultado do ACT 2025/2026 da CSN. Ele usou a rede para dizer que recebeu várias manifestações contrárias ao ACT e ao Acordo de Turno, classificou o resultado como “inaceitável” e ainda disse que o acordo foi ruim. “Quem quiser se opor deve comparecer ao Sindicato dos Metalúrgicos até o dia 24 de abril, das 13h às 17h. Obs: Do dia 18 ao dia 23 de abril, o Sindicato estará fechado por conta do feriado”, avisou. A postagem, feita no dia 15, teve pouco mais que 100 curtidas e apenas cinco comentários.
Questionado pelo aQui sobre a autoria do boletim apócrifo, Edimar negou que tivesse sido ele. “Não. Misericórdia! Não estou sabendo disso. Qual boletim? Pode me encaminhar, por favor?”, resumiu. Até o fechamento desta nota, o G5 seguia sem saber quem se antecipou ao Sindicato e divulgou o boletim.