06/06/2025 15:53

Tá feia a coisa – Jornal Aqui

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Alguns hospitais de Volta Redonda andam, vejam só, complicando a vida dos pacientes (e de suas famílias) que procuram atendimento com sintomas de influenza. O Hospital Unimed seria um deles. Estaria recusandose a atender quem chega, mesmo com pedido médico em mãos, querendo fazer um simples teste de influenza. “Só fazem teste em quem chega muito mal”, denunciou uma paciente que procurou a unidade do Jardim Belvedere e acabou tendo que pagar por um teste rápido, feito em uma farmácia da cidade. O teste deu positivo. “Um plano tão caro, e ainda temos que passar por isso”, desabafou.

A senhora, que não quer ser identificada, relatou ainda que o Hospital Unimed também não estaria direcionando pacientes que procuram o prontosocorro para exames de raio-x. “Só para pacientes internados”, completa a fonte, garantindo ter ouvido a frase enquanto esteve lá buscando atendimento. “O hospital está lotado de pessoas gripadas querendo ser atendidas”, completou. O Hospital Santa Cecília é outro que enfrenta reclamações. Bem piores, aliás. Uma delas gira em torno de um bebê que chegou com sintomas de influenza.

Ele acabou internado. A médica que o atendeu confirmou que o bebê estava com influenza e pneumonia nos dois pulmões, mas disse aos pais da criança que o hospital não teria o remédio – Tamiflu de 75 mg – necessário para iniciar o tratamento no mesmo dia. A previsão de receberem o medicamento seria em torno de 72 horas. Desesperado, o pai resolveu buscar o medicamento em alguma farmácia da cidade. Detalhe: o remédio custa em torno de R$ 320,00. “Mas está em falta”, justificou. O pai do bebê, assalariado, que tem o plano Liv, acabou comprando uma caixa de Tamiflu 30 mg na Drogaria Raia do Jardim Amália, com desconto, por R$ 128,00. E já está praticamente esgotado em toda a região, conforme captura de tela (ver foto) feita pela equipe do aQui ao apurar esta
matéria, na quinta, 29.

No entanto, a secretária de Saúde de Volta Redonda, Márcia Cury, afirmou em entrevista ao aQui (ver matéria na página 11) que o medicamento não está em falta no SUS. Márcia revelou que caso algum hospital privado peça ajuda, ele será atendido pela pasta. “A gente fornece para eles. Mas isso está ficando preocupante. Hoje, nós temos estoque. Não sei se amanhã – caso a demanda aumente – teremos. Se o Estado não repuser meu estoque, eu não sei se nós vamos ter. No mercado tá difícil comprar”, alertou. A assessoria de imprensa do antigo Vita, hoje Santa Cecília, ao ser procurada, emitiu a seguinte nota. “Quando um paciente está internado no Hospital Santa Cecília e o médico prescreve Tamiflu, o hospital solicita o medicamento diretamente à Secretaria Municipal de Saúde, já que ele é fornecido pelo SUS e tem uso restrito. O hospital então recebe o remédio e faz a administração ao paciente”, dando a entender que buscar o medicamento em farmácias da cidade não teria sido sugestão do hospital.

Na nota, o assessor do HSC foi além. “Segundo a direção, esse fluxo está funcionando normalmente e não há registro de falta do medicamento para pacientes internados”, escreveu, pedindo que o jornal identificasse o paciente para que o caso fosse melhor apurado. Só não sabia que a família da criança – também informada pelo aQui da resposta do hospital de que não haveria falta do Tamiflu – precisou até comprar soro fisiológico para levar ao hospital para fornecer ao bebê. “Soro fisiológico, talvez a coisa mais básica de um hospital. Se não tem soro para fornecer a um paciente internado, melhor fechar as portas”, disparou Quanto a essa nova denúncia, a direção do Hospital também foi procurada, mas desta vez não se pronunciou. Se enviar, a resposta será incluída na versão digital desta edição.

Versão da Unimed:
A assessoria de imprensa da Unimed, procurada pelo aQui, contesta as reclamações, garantindo que a unidade do Jardim Belvedere, inclusive, conta com um espaço exclusivo para atendimentos de sintomas respiratórios. Veja a nota enviada: “A Unimed Volta Redonda reforça que todas as suas unidades estão preparadas para oferecer o melhor cuidado aos pacientes com sintomas respiratórios. Informa que, as unidades de Pronto Atendimento, localizadas nos bairros Belvedere e Retiro, registraram, até o dia 28 de maio, aproximadamente 5.370 atendimentos relacionados a sintomas respiratórios.

Buscando oferecer mais segurança e acolhimento aos pacientes, a unidade de Pronto Atendimento do Belvedere passou a contar com um espaço exclusivo para o atendimento de pacientes adultos com sintomas respiratórios. A unidade hospitalar reitera seu compromisso com a saúde e o bemestar de seus clientes, sempre prezando pela segurança e qualidade na assistência”.

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