A Polícia Civil abriu investigação para apurar a morte de cavalos no Clube Hípico do Sul Fluminense, em Volta Redonda, após suspeita de intoxicação causada pela ingestão de uma ração contaminada. A ocorrência foi registrada inicialmente na 94ª DP, em Piraí, depois que dois proprietários de animais procuraram a unidade relatando a perda de cavalos.
“Os relatos dos tutores são muito preocupantes. Os animais começaram a apresentar sintomas neurológicos, convulsões, perda de equilíbrio e, infelizmente, muitos não resistiram. Isso causou enorme prejuízo emocional e financeiro aos criadores”, contou o delegado titular da 94ª DP de Piraí, Antonio Furtado.
De acordo com as investigações, 17 animais morreram apenas no Clube Hípico, e outros 30 estão com sintomas de intoxicação, como convulsões e perda de coordenação motora. A ração, adquirida em fevereiro por meio de uma empresa de Goiás, teria sido consumida por cerca de 50 cavalos na unidade.
“Após o registro na 94ª DP, encaminhei o caso à 93ª DP, em Volta Redonda, que dará continuidade às apurações. O delegado titular, Dr. Vinicius Coutinho, já iniciou as diligências e trabalha para confirmar se a causa das mortes está diretamente relacionada à contaminação da ração”, explicou o delegado Antonio Furtado.
Além dos casos registrados no Sul Fluminense, há relatos de que mais de 600 cavalos tenham morrido em todo o país por possível ingestão da mesma ração.
“Não estamos lidando com coincidências, mas sim com crimes que precisam ser apurados com rigor. A Polícia Civil vai trabalhar para responsabilizar os culpados”, declarou o delegado Antonio Furtado.
A investigação apura os crimes de venda de mercadoria imprópria para consumo, cuja pena pode variar de dois a cinco anos, além de afirmação falsa ou enganosa sobre produtos, que prevê pena de um a seis meses. O laudo pericial será fundamental para confirmar a ligação entre a ração contaminada e as mortes dos animais, e as diligências seguem em andamento para responsabilizar os envolvidos.
“Conversei por telefone com uma técnica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Ela informou que a empresa fornecedora da ração foi proibida de comercializar o produto em todo o território nacional. Um laudo pericial, que está sendo elaborado a partir de amostras da ração, deve ficar pronto entre o final de junho e o início de julho. A Polícia Civil não descansará enquanto este triste caso não for completamente esclarecido”, concluiu o delegado Antonio Furtado.
Foto: Divulgação