O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), defendeu em entrevista à CNN a investigação de um suposto “gabinete da ousadia”, que seria usado para divulgar notícias falsas e atacar adversários políticos do governo Lula.
A estrutura, que o governo nega existir, encontraria paralelo com o chamado “gabinete do ódio”, que seria usado pelo então governo de Jair Bolsonaro para atacar inimigos e adversários.
Marinho, que foi ministro de Bolsonaro, avalia que não há semelhanças. Ele lembra que investigação sobre o “gabinete do ódio” não apontou a existência de crime.
Agora, ao falar do gabinete apelidado de “ousadia”, Marinho afirma que é caso de desvio de recurso público. Ao mesmo tempo, o senador revela a tese de que, para ele, desinformar não é crime.
“Esse grupo que atua nas sombras do Palácio (…) A confusão do que é crítica, de que desinformação não é crime. O crime é calunia, difamação. Desinformação se combate com mais informação. Se fosse crime, o Lula deveria ser criminalizado.”
Em uma representação ao Tribunal de Contas da União (TCU), o senador acusa o governo federal de supostas irregularidades e desvio de finalidade, por utilizar recursos públicos para fins partidários.
“Peticionei [a representação] junto ao TCU, não porque eu quero que ninguém seja investigado porque está desinformando; a nossa ação é no sentido de que o TCU verificasse se essa estrutura que tá sendo utilizada com dinheiro público, em local público, não destoa da finalidade da Secom [Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República]”, afirmou o senador ao CNN Entrevistas.
Em delação premiada à Polícia Federal (PF), o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, disse que o “gabinete do ódio” funcionava dentro do Palácio do Planalto, onde trabalhava o presidente da República, e que funcionários da Secretaria de Comunicação da Presidência disseminavam fake news repassadas pelo próprio presidente.
Em nota, a Secom de Lula negou participação no suposto gabinete da ousadia.
“Eventualmente, a Secom realiza reuniões com as áreas de comunicação das lideranças do governo na Câmara e no Senado, bem como do PT e dos partidos da base, para informar sobre as ações e os programas prioritários de governo. Não há a participação de influenciadores nessas reuniões com a Secom, muito menos a discussão sobre ataques a críticos e desqualificação da imprensa”, afirma a nota.
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