• Home
  • Política
  • À CNN, ministra diz que governo Lula descarta projeto único e vai fracionar reforma administrativa

À CNN, ministra diz que governo Lula descarta projeto único e vai fracionar reforma administrativa

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) descarta um projeto único para a reforma administrativa e pretende tratar do assunto por meio de várias iniciativas paralelas, afirmou à CNN a ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck.

Ela afasta completamente, por exemplo, a possibilidade de usar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32 — apresentada pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) em 2020 — como base para as discussões.

“A reforma administrativa que está no Congresso — a chamada PEC 32 — tem um foco punitivista, foco na redução do Estado, no fim da estabilidade do servidor público. São pontos com que o governo do presidente Lula e o Ministério da Gestão discordam absolutamente. Ali era um foco puramente fiscal”, disse Dweck.

A ministra participou da edição do CNN Entrevistas que vai ao ar neste sábado (29).

Para reestruturar a administração pública federal, segundo ela, o governo se debruça sobre três eixos:

  • Servidores: como criar incentivos, fazer avaliação de desempenho, escalonar melhor os salários ao longo das carreiras.
  • Digitalização: expandir e aperfeiçoar a oferta de serviços digitais nas três esferas — União, estados e municípios — aos cidadãos.
  • Estrutura: elaborar um projeto de lei para a reforma do Decreto-Lei nº 200, de 1967, que dispõe sobre a organização da máquina federal.

“Não vai ter um único projeto de lei [sobre a reforma administrativa]. Isso é impossível”, disse Dweck, ao detalhar os planos do governo.

De acordo com a ministra, o governo já tem adotado uma série de medidas para corrigir distorções em várias categorias do serviço público, como salários de entrada muito altos e evolução salarial irrisória ao longo das carreiras.

Os últimos acordos com categorias como servidores do Banco Central e delegados da Polícia Federal, segundo ela, já contemplam uma lógica diferente — com reajustes menores para quem começou há pouco tempo. “Tem carreiras com salários iniciais muito altos? Isso é verdade. Mas não precisa de PEC nenhuma para [corrigir] isso”, afirmou.

Essas iniciativas se somam a portarias editadas pelo ministério sobre critérios de progressão nas carreiras. “São decisões, muitas vezes, infralegais”.

Na semana passada, lembrou Dweck, foi lançada pelo presidente Lula a Estratégia Nacional de Governo Digital. Ela terá uma linha de crédito, em parceria com a Caixa, de até R$ 8,4 bilhões em 2024.

A estratégia nacional é um conjunto de recomendações e orientações para que o governo federal, os estados e os municípios construam suas próprias políticas de ampliação e simplificação do acesso a serviços públicos digitais.

A linha de crédito apoiará ações para a compra de equipamentos de informática, instalação de redes e conexões de fibra óptica, aquisição de equipamentos de distribuição de sinal de internet e processamento de dados.

O terceiro eixo apontado por Dweck é uma ampla revisão do Decreto-Lei nº 200, de 1967, que é uma espécie de arcabouço geral sobre o funcionamento e a organização da administração pública.

Um dos pontos de provável mudança é o funcionamento da administração indireta, incluindo autarquias e empresas públicas, que hoje têm amarras para contratação e execução orçamentária semelhantes às da administração direta (ministérios em geral).

Em maio, uma comissão de especialistas foi instalada pelo Ministério da Gestão e pela Advocacia-Geral da União (AGU) para discutir uma nova legislação. Os trabalhos vão durar aproximadamente um ano.

Diante de comentários de que o governo Lula teria dificuldades em levar adiante reformas estruturantes, a ministra Esther Dweck enfatizou que foram gestões do PT — entre 2013 e 2016 — que propuseram e conseguiram aprovar duas mudanças na Previdência Social.

Em 2003, a aposentadoria dos servidores deixou de ser calculada pela última remuneração e passou a considerar uma média das contribuições ao regime próprio.

Em 2012, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) sancionou a lei de criação do Funpresp (fundo de previdência complementar dos servidores). A partir daí, as aposentadorias também obedecem ao teto do INSS. Para receber acima disso, os servidores precisarão colaborar com o fundo.

“As pessoas, muitas vezes, esquecem que houve duas reformas da Previdência [nos governos do PT]”, concluiu Dweck.

Clique aqui para acessar a Fonte da Notícia

VEJA MAIS

PL pode sofrer alguma punição com indiciamento de Valdemar e Bolsonaro? Entenda

Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL, foi um dos 37 indiciados pela Polícia Federal…

Inscrições para vestibular Cederj 2025 terminam neste domingo

Há vagas para os polos de Angra dos Reis (RJ), Barra do Piraí (RJ), Miguel…

Peça teatral ‘Pequenas Leituras’ será apresentada neste domingo, 24

  Amanhã, domingo, 24, o quarto episódio da oitava temporada do evento…