A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), líder da bancada do partido na Câmara, disse à CNN que não há possibilidade de negociação sobre o projeto de lei que equipara o aborto realizado após 22 semanas de gestação ao crime de homicídio.
De acordo com Hilton, o projeto “infringe legislação” e “vai contra o direito de pessoas que precisam de uma política que é construída”. A deputada classificou a proposta como uma “barbárie” e um “retrocesso”.
“Não dá para tentar buscar saídas para um projeto tão ruim. Nós precisamos defender aquilo que já está estabelecido desde 1940”, afirmou, referindo-se ao Código Penal brasileiro.
Para ela, o recuo do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), após a aprovação da urgência significa que “Câmara e extrema direita perderam para a opinião pública”.
Além disso, diz que esperava uma resposta “mais rápida” por parte do governo federal acerca do tema, mas entende que “diante da polarização e da delicadeza do tema” acredita que “o governo estava tateando a maneira com que faria sua declaração”.
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), estava em viagem na Europa quando comentou pela primeira vez sobre o tema e disse que iria “tomar pé da situação” quando voltasse.
Hilton também comentou a criação de uma comissão especial para discutir o tema, conforme anunciado pelo presidente da Câmara. . Ela disse que, embora qualquer atraso na tramitação seja “válido” e “importante” para o PSOL, é “muito difícil” imaginar que o partido queira “deixar a sua digital” no projeto.
“A nossa digital deve ficar reconhecida como a digital de quem destruiu, de quem tirou da ordem do dia, de quem alertou a sociedade, constrangeu o parlamento e mostrou a barbárie daqueles que propuseram tal legislação”, declarou a deputada.
Ela ressaltou que o posicionamento do PSOL é “claro”: “em defesa das vidas, das vítimas, das crianças do nosso país”.
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