Ações caem em NY com tarifas, mas setor de tech dá sinais de recuperação

As preocupações com o impacto das tarifas a produtos de México, Canadá e China sobre a economia dos Estados Unidos pesaram sobre as bolsas em Nova York, que fecharam em baixa.

Ao longo da sessão, porém, alguns nomes do setor de tecnologia que haviam sofrido mais em pregões anteriores, como a Nvidia, encontraram espaço para uma leve recuperação e podem ter sido impulsionados pelo aumento nas expectativas de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) no decorrer de 2025.

O índice Nasdaq recuou 0,35%, para 18.285 pontos. O S&P 500 fechou em queda de 1,22%, aos 5.778 pontos, enquanto o Dow Jones caiu 1,55%, aos 42.520 pontos.

No acumulado do ano, todos os índices estão no vermelho, com destaque para Nasdaq, que registra perdas de 5,71%.

Conforme havia anunciado, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi em frente com planos para tarifar em 25% as importações de México e Canadá e em 20% os produtos vindos da China.

Os governos canadense e chinês anunciaram medidas retaliatórias, enquanto o México fará isso no domingo (9).

“A decisão do presidente Trump de avançar com as tarifas, somada a mais dados fracos sobre a economia dos Estados Unidos, resultaram em mais busca por segurança nos mercados financeiros”, disse Jonas Goltermann, vice-economista-chefe de mercados da consultoria Capital Economics em um relatório.

“Isso pode se provar uma reação exagerada – Trump pode facilmente mudar de ideia”, acrescentou.

Por enquanto, porém, os investidores buscaram se afastar de ativos considerados mais arriscados, segundo Fawad Razaqzada, analista de mercado do City Index.

“O clima azedou conforme as preocupações com uma guerra comercial crescente levaram os investidores para títulos de curto prazo, ouro e moedas seguras, como o iene”, disse ele em relatório.

O analista apontou que no decorrer da sessão o S&P 500 praticamente apagou o ganho obtido desde as eleições presidenciais nos Estados Unidos, e que começam a surgir sinais de excesso de vendas no curto prazo.

Para Razaqzada, uma eventual recuperação do índice esbarraria em resistência técnica na faixa dos 5.810 pontos a 5.836 pontos.

“Se o índice rompesse este nível e se mantivesse acima dele, isso marcaria uma reversão altista, o que poderia levar a uma boa recuperação nos dias seguintes”, acrescentou.

Caso contrário, se o S&P 500 recuasse para a faixa dos 5.695 a 5.747 pontos, “pode haver uma correção mais significativa, do tipo que não tivemos nos últimos dois anos”, acrescentou.

Entre os destaques da sessão, as ações da Target e da Best Buy caíram 2,87% e 13,26%, respectivamente. As duas companhias mencionaram a investidores que as tarifas de importação aplicadas pelos Estados Unidos podem resultar em aumentos de preço no curto prazo.

No segmento de tecnologia, destaque para a Nvidia, cujo papel fechou em alta de 1,69%.

Ontem, a Nvidia encerrou o pregão com o menor preço desde meados de setembro do ano passado. A empresa, porém, segue operando com valor de mercado abaixo dos US$ 3 trilhões.

Analistas do banco Mizuho apontam que o declínio no preço das ações da companhia ocorre por uma série de motivos, entre eles preocupações com potenciais restrições às exportações de equipamentos de inteligência artificial.

Nem todas as ações de tecnologia, porém, tiveram recuperação. Os papéis da Tesla fecharam em queda de 4,43%, enquanto os da Apple caíram 0,88%.

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