Das duas, uma: ou os casos de dengue começaram a cair em Volta Redonda, ou a secretaria de Saúde do município está subnotificando a doença. A primeira opção é explicada pelos gráficos apresentados pelo Ministério da Saúde e pela Secretaria estadual de Saúde. O pico teria sido registrado na 7a semana epidemiológica (de 11 a 17 de fevereiro), quando foram apurados 1.294 casos de dengue na cidade do aço. De lá para cá, os números têm caído, mostrando uma curva decrescente, que ainda não dá para ser comemorada, mas ajuda a projetar um cenário mais positivo para o controle da epidemia.
O fato é que as chuvas deram uma trégua nos últimos dias, o que pode ter contribuído para a diminuição dos casos. Mesmo com essa possibilidade, o Estado mantém a estimativa de pico para a última semana de março, quando as chuvas deverão ser intensificadas, no fenômeno tradicional das ‘águas de março’. De qualquer forma, o cenário epidemiológico em Volta Redonda é de otimismo, pela queda das notificações de dengue por três semanas consecutivas. Para se ter uma ideia, de 1.294 casos na 7a semana epidemiológica, a cidade registrou 906 na 10a semana (de 3 a 9 de março), indicando uma queda significativa de 29,9%
O apurado para Volta Redonda mostra ainda que, dos 14 óbitos em investigação anunciados na 9a semana, sete foram descartados, com um saldo de sete ainda sendo apurados. O total de óbitos registrados até o fechamento desta edição era de sete confirmados. O diagrama de controle da doença, atualizado semanalmente pelo Estado, mostra que as solicitações de leito também diminuíram no Médio Paraíba – a região de saúde onde se
encontra Volta Redonda. De maneira geral, o município registrou 1.190 casos prováveis de dengue nos primeiros 15 dias de março, contra 4.707 durante todo o mês de fevereiro e 2.408 em janeiro. Os casos apurados em março representam menos da metade do registrado em janeiro.
Para o Estado, esse cenário pode indicar vários fatores. Dentre eles, boas estratégias no enfrentamento da dengue; uso do carro fumacê (UBV); mais casas sendo visitadas pelos agentes de endemias; realização de mutirões ou forças-tarefas; resposta rápida na linha de cuidado do paciente infectado, com a abertura de novas salas de hidratação e, principalmente, com menor ocorrência de chuvas. O alerta das autoridades sanitárias do Estado é para que sejam mantidos todos os cuidados para o enfrentamento da doença, porque o risco ainda não foi afastado.
Acerca dos cuidados da prefeitura de Volta Redonda em relação à dengue, essa semana uma equipe da Vigilância Sanitária esteve em Três Poços para uma ação entre os moradores do condomínio ‘Minha Casa, Minha Vida’. Os trabalhos foram educativos, no sentido de conscientizar a população local quanto aos cuidados com a dengue e as ações de enfrentamento ao mosquito
Aedes aegy
Uma equipe da Secretaria de Infraestrutura também participou, realizando serviços de manutenção, como capina e limpeza urbana. As ações devem se estender na semana que vem, em outros bairros.
Em Barra Mansa, o cenário também é animador. Os casos vêm caindo semanalmente, e os números da dengue nos primeiros 15 dias de março não representam nem 10% do total registrado em fevereiro. Nos três primeiros meses do ano, o apurado foi de 1.338 casos, sendo 395 em janeiro, 930 em fevereiro e apenas 84 até 15 de março. O pico em Barra Mansa ocorreu na 8a semana epidemiológica (de 18 a 24 de fevereiro), com 252 registros. A partir daí nota-se uma curva decrescente no diagrama de controle da doença para o município, com 210 casos na 9a semana e 47 na 10a. A 11a semana (que é a que estamos vivenciando) ainda não foi fechada.
A explicação para a queda dos casos de dengue em Barra Mansa é a mesma de Volta Redonda, com pouca (ou quase nenhuma) ocorrência de chuvas nas últimas semanas e trabalho intensificado no enfrentamento da doença. Vale registrar que as chuvas que fecham o verão ainda não começaram, e o cenário a partir delas pode apresentar um novo desenho no diagrama de controle da dengue. A conferir.
