O agente da Polícia Federal (PF) Wladimir Soares, denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no inquérito que apura uma trama golpista em 2022, disse em áudio que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), “tinha que ter tido a cabeça cortada” quando impediu a nomeação de Alexandre Ramagem para a direção-geral da PF, em 2020.
“Vamos tocar o barco. O Alexandre de Moraes realmente tinha que ter tido a cabeça cortada quando ele impediu o presidente [Bolsonaro] de colocar um diretor na Polícia Federal, o Ramagem“, declarou Soares em áudio obtido pela PF.
O policial federal está preso desde novembro passado. Para a PGR, ele teria participado da elaboração do plano “Punhal Verde e Amarelo”, cujo objetivo seria assassinar, além de Moraes, o presidente Lula (PT) e o vice, Geraldo Alckmin (PSB).
Em outra gravação, Soares fala sobre a frustração de fazer tudo dentro das “quatro linhas”.
“Tinha que ter cortado a cabeça dele [Moraes] ali, mas não fez, foi frouxo. Tentou fazer tudo direitinho, quatro linhas e não sei o que, e só se ferrou”, acrescentou o agente da PF, sem mencionar, no entanto, quem teria sido “frouxo” e tentado “fazer tudo direitinho”.
Segundo o relatório da PF que investigou o suposto plano de golpe, o policial se infiltrou na equipe de segurança de Lula e teria fornecido informações sobre a estrutura e o esquema de proteção do então presidente eleito para o grupo que planejava o atentado.