A analista política da CNN Luísa Martins avalia que a recuperação da popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) depende de ações governamentais que impactem diretamente o cotidiano dos brasileiros.
Segundo a analista, não basta o governo exibir indicadores econômicos positivos se estes não se refletirem na vida prática da população.
“Para o brasileiro, não adianta o governo alardear, por exemplo, que a atividade econômica tem crescido, que o desemprego está em mínimas históricas se isso não se refletir ali num impacto que ele vá sentir ali na pele, sentir no seu dia a dia”, explicou a analista.
Desafios do terceiro mandato
A especialista destacou que o terceiro mandato de Lula ainda não conseguiu emplacar um programa social que seja considerado o marco deste novo período.
O programa “Pé de Meia”, que estava sendo construído para ser a vitrine do governo, enfrentou impasses junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) e precisará ser readequado ao orçamento.
Para fazer frente à percepção negativa revelada pelas pesquisas recentes, incluindo o Datafolha, o governo estuda implementar novos programas sociais. Entre as iniciativas em discussão, a analista menciona:
- Ampliação da gratuidade de medicamentos na Farmácia Popular;
- Desenrola Rural, para quitação de dívidas de agricultores familiares;
- Programa Gás para Todos, ampliando o acesso ao gás gratuito;
Estas medidas, segundo a analista, podem ser uma reação do governo na tentativa de melhorar os resultados nas próximas pesquisas de opinião.
A expectativa é que tais ações possam se refletir em benefícios tangíveis para a população, como a queda nos preços dos produtos nos supermercados.
Luísa Martins ressalta que a solução para a queda de popularidade do governo Lula, que está no pior nível de seus três mandatos, “depende de uma solução que impacte diretamente ali no dia a dia do cidadão”. Isso inclui, por exemplo, a redução dos preços nos supermercados e dos combustíveis.