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Ato contra racismo promovido por roda de samba é interrompido


A tradicional roda de samba Pede Teresa, que acontece na Praça Tiradentes, no Centro do Rio, foi interrompida, na madrugada deste sábado (3), durante uma fiscalização dos órgãos públicos. O evento deste fim de semana foi marcado por um ato contra o racismo após o episódio no qual umcasal foi flagrado imitando macacos durante a festa do último dia 19.

De acordo com a Polícia Militar, equipes do 5° BPM (Praça da Harmonia) realizam, desde o início de junho, uma ação conjunto com a Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop), o Instituto Municipal de Vigilância Sanitária, o Corpo de Bombeiros e a Polícia Civil. O objetivo é de dar condições de segurança ao público que participa dos eventos independentes que ocorrem no Centro do Rio. 


Segundo a corporação, a ação teve início às 20h e seis estabelecimentos foram fiscalizados. A PM informou que na roda de samba foram constatadas irregularidades como ausência de autorização dos órgãos públicos e som em volume excessivo. Procurado

, o Corpo de Bombeiros disse que o evento não contava com autorização no que tange à segurança contra incêndio e pânico. Uma notificação foi emitida para regularização junto ao CBMERJ.

A Pede Teresa é conhecida por reunir amantes do samba em um ambiente de celebração e cultura. O evento acontece nas primeiras e terceiras sextas-feiras do mês desde 2016, quando passou a ser realizada na Praça Tiradentes. De acordo com a organização, a roda de samba faz parte do Programa de Desenvolvimento Cultural Rede Carioca de Rodas de Samba, cujo funcionamento é regulamentado pela Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop).

O pedido de encerramento do evento pegou frequentadores e organizadores de surpresa. O cantor Wanderso Luna, de 44 anos, explicou que, em oito anos, essa foi a primeira vez que houve esse tipo de abordagem. “Ainda não entendemos o porque disso. Depois daquele crime, organizamos um debate sobre como combater o racismo em rodas de samba e falamos sobre a cultura preta. Pode ser coincidência, pode, mas em oito anos, nunca aconteceu isso, mas a realidade é que eles acabaram com o samba”, explicou o organizador.

Wanderso explicou, ainda, que todo mês a Polícia Militar emite uma autorização para as rodas de samba incluídas no programa da prefeitura e que em 2016 procuraram o Corpo de Bombeiros para saber se precisava de alguma liberação para atuar na Praça Tiradentes. No entanto, a organização afirma que nada foi solicitado.

“Quando passamos a ficar na praça, procuramos os bombeiros e eles disseram que, pelas características do evento, não precisaria de autorização, tanto que estamos lá há oito anos e nunca apareceram”, relatou.

Uma programação especial havia sido montada pelos organizadores após o episódio de racimo onde um casal foi flagrado imitando macacos durante a roda de samba do último dia 19. Na ocasião, o homem e a mulher fazem gestos de macacos, inclusive sons, enquanto o samba acontece. A mulher até simula pegar algo da cabeça do homem e comer, como os animais costumam fazer.

O caso é investigado pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi). A dupla que aparece no vídeo durante a roda de samba é uma professora argentina e um brasileiro que mora no Rio.



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