O presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, defendeu as prorrogações do inquérito das fake news pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso na Corte.
“Não é o inquérito que está sendo excessivamente prolongado, mas são os fatos que demoram a passar”, afirmou ao programa “Roda Viva”, da TV Cultura, nesta segunda (10).
Desde 2019, Moraes é o relator do inquérito das fake news, que sobrevive em meio a críticas de parcela de juristas e da direita conservadora por sua amplitude.
Sigiloso, o inquérito das fake news apura ataques contra o Supremo e também a seus ministros.
Nesta segunda, Moraes acatou pedido da Polícia Federal (PF) e prorrogou o inquérito das milícias digitais, que investiga ações virtuais antidemocráticas e coordenadas.
Barroso disse que, ao final do ano eleitoral de 2022, imaginava que o inquérito das fake news “pudesse caminhar para o seu caminho natural”, que seria a sua finalização.
“Já tínhamos conseguido o resultado principal, que era enfrentar um movimento de extrema-direita que ameaçava a institucionalidade”, argumentou.
“Aí, veio o 8 de janeiro (os ataques contra os Três Poderes, em 2023), e isso reacendeu um conjunto de investigações que dificultavam a pacificação do país”, acrescentou.
Moraes também é relator de inquéritos que investigam quem teriam sido os autores intelectuais, financiadores e organizadores dos ataques antidemocráticos.
Sobre pedidos para que as investigações sobre o 8 de janeiro cessem, Barroso frisou que o STF “não pode deixar passar”.
“Se não, o próximo que perder pode achar que os seus apoiadores podem invadir o Congresso, o Palácio Presidencial e o Supremo”, afirmou.
Eu não gosto da continuidade, mas ela é inevitável, pois é preciso punir esse tipo de conduta
Luís Roberto Barroso
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