No dia seguinte à denúncia da Procuradoria Geral da União, o ex-presidente Jair Bolsonaro disse que as denúncias que pesam contra ele são fabricadas.
Já preocupada com o impacto nas eleições de 2026, apoiadores tentam encontrar maneiras de blindar o ex-presidente.
Bolsonaro afirmou que as acusações contra líderes da oposição são vagas e não passam de um truque.
– O mundo está atento ao que se passa no Brasil. O truque de acusar líderes da oposição democrática de tramar golpes não é algo novo: todo regime autoritário, em sua ânsia pelo poder, precisa fabricar inimigos internos para justificar perseguições, censuras e prisões arbitrárias.… pic.twitter.com/VGM7hcAj2v
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) February 19, 2025
Na tarde desta quarta (19), o ex-presidente se reuniu com aliados para traçar estratégias relacionadas à denúncia. É previsto que o grupo mantenha as contestações à PGR, alegando que as provas entregues pela Polícia Federal são frágeis.
Após a conversa com Bolsonaro, congressistas apresentaram um manifesto contra a denúncia, que também questiona a isenção do Supremo Tribunal Federal para julgar os casos.
Do outro lado, o presidente Lula evitou comentar o caso. A base governista manteve o discurso de que o movimento da PGR não deve ser comemorado, mas classificaram a trama golpista como “horrenda e grotesca”.
“Ele indiciou as pessoas e eu não vou comentar um processo que está na Justiça. Nesse país, num tempo em que eu governo o Brasil, todas as pessoas têm direito à presunção de inocência.“, afirmou o petista.
Delação premiada
Nesta quarta, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, derrubou o sigilo da delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
No acordo, Cid afirmou que o general Braga Netto, candidato a vice na chapa de Bolsonaro, quis utilizar recursos do PL para custear o suposto plano de golpe.
Cid também disse que repassou a Bolsonaro, a pedido do ex-presidente, dados sobre o monitoramento de Moraes no final de 2022. Segundo as investigações, o ministro estava sendo perseguido por assessores presidenciais como parte do plano para evitar a posse de Luiz Inácio Lula da Silva.
Para realizar a delação, Cid pediu uma pena máxima de dois anos de prisão, além de proteção a ele e à família, a restituição de bens apreendidos e a extensão de direitos ao pai, mulher e filha.