Carregando!

O estudo da UVA aponta que 48 das 92 das cidades do estado não têm nenhuma estação de recarga de veículos elétricos. O levantamento mapeou, até o final de 2024, 541 estações de carregamento para automóveis elétricos e híbridos plug-in no estado por meio do aplicativo internacional PlugShare, ferramenta colaborativa utilizada por motoristas para localizar pontos de recarga.

O Sul Fluminense abriga 56 das 541 estações de carregamento para automóveis elétricos e híbridos plug-in no estado do Rio, segundo estudo feito por pesquisadores do Mestrado Profissional em Ciências do Meio Ambiente da Universidade Veiga de Almeida. Os destaques ficam por conta de Angra dos Reis, com 12 postos, e Paraty e Itatiaia, com 8 cada. O levantamento avaliou as 25 cidades das regiões Centro-Sul Fluminense, Costa Verde e Médio Paraíba.

Resende (com 6 eletropostos), Mangaratiba (5), Barra Mansa (3), Piraí (3), Paraíba do Sul (2), Três Rios (2), Valença (2), Volta Redonda (2), Sapucaia (1), Vassouras (1) e Barra do Piraí (1) completam a lista de municípios da região com eletropostos. Já os municípios de Areal, Comendador Levy Gasparian, Engenheiro Paulo de Frontin, Mendes, Miguel Pereira, Paty do Alferes, Pinheiral, Porto Real, Quatis, Rio Claro e Rio das Flores não possuem nenhuma estação de carregamento. “A expansão da infraestrutura para além dos grandes centros é crucial para atender à crescente demanda por veículos elétricos e fomentar a transição para uma mobilidade mais sustentável”, avalia Ricardo Soares, coordenador do Mestrado Profissional em Ciências do Meio Ambiente da UVA. Segundo o levantamento, a cidade do Rio concentra 338 das 541 estações de carregamento de veículos elétricos. “A capital é a maior beneficiária dos investimentos, refletindo sua maior demanda urbana e poder aquisitivo, mas essa centralização também acentua desigualdades regionais”, reforça Soares.
Além da capital, entre os dez municípios com maior número de eletropostos estão as cidades de Niterói e Petrópolis, além de localidades próximas a outros estados do Sudeste, como Angra dos Reis, Itatiaia e Teresópolis. Também figuram na lista cidades turísticas de alto poder aquisitivo na Região dos Lagos, como Armação dos Búzios e Cabo Frio. No caso dos municípios que não contam como estações, os usuários de veículos elétricos dependem quase exclusivamente da carga residencial.  De acordo com os últimos dados disponibilizados pelo Detran-RJ, em novembro 2024, o estado possui 19.95 veículos elétricos registrados. Ou seja, ha 31 veículos elétricos por eletroposto. Segundo o estudo de UVA, o numero esta muito acima das recomendações internacionais. O Departamento de Energia dos Estados Unidos sugere uma proporção de até 25 veículos por ponto de recarga, enquanto na União Europeia a recomendação media é de 1o veículos por eletroposto. “Esse descompasso reflete um gargalho critico na infraestrutura de recarga no estado, que, assim como nos Estados Unidos, será majoritariamente concentrada nas áreas urbanas, enquanto deveria ter avançado para rodovias e regiões mais avançadas. A falta de cobertura adequada nas estradas gera insegurança para motoristas que desejam realizar viagens de longa distância ou acessar o interior do Estado. Expandir essa infraestrutura de maneira equilibrada é essencial para garantir a mobilidade dos proprietários de veículos elétricos e fomentar a transição para uma matriz de transporte mais sustentável”, destaca Pablo Vimercati Simas, pesquisador da Universidade Veiga de Almeida e coautor do estudo.

Municípios do estado do Rio de Janeiro com o maior número de estações de recarga

Embora o número de eletropostos no estado do Rio de Janeiro esteja em expansão, a pesquisa revelou que a maioria dos condutores ainda utiliza eletropostos com carregadores de carga lenta, o que representa um entrave para a adoção em larga escala de veículos elétricos. A predominância desse tipo de infraestrutura prolonga os tempos de recarga e limita a mobilidade dos usuários, especialmente em viagens de longa distância.
“O Brasil precisa priorizar a implantação de carregadores rápidos e ultrarrápidos, a exemplo de países como Espanha e Portugal, particularmente em rodovias e áreas de maior fluxo intermunicipal. A medida reduz a ‘ansiedade de recarga’ e promove uma rede de recarga confiável e eficiente. Além disso, a criação de aplicativos que integrem diferentes operadores de eletropostos seria uma solução eficaz para facilitar o acesso dos motoristas aos pontos de recarga. Com políticas públicas bem definidas e maior investimento privado, o país pode ser um exemplo de mobilidade elétrica sustentável e inclusiva”, destaca Rafaela Naegele, pesquisadora da Universidade Veiga de Almeida e coautora da pesquisa.

O post Carregando! apareceu primeiro em Jornal Aqui.

Source link