Cartão de Saúde do H.FOA será oferecido às pessoas e empresas

Eduardo Prado prestou homenagens ao ex-prefeito Gothardo e a seus irmãos

Na noite de sexta, 5, diante de um público de mais de 500 pessoas, entre políticos, como o senador Hiran Gonçalves, o deputado federal Luiz Antônio de Souza, o Dr. Luizinho, e o prefeito Neto, entre outros, o presidente da Fundação Oswaldo Aranha, Eduardo Prado, revelou detalhes até então escondidos a sete chaves de como a FOA assumiu, de porteira fechada, o Hospital Hinja, da família do ex-prefeito Gotardo Neto, localizado no Jardim Amália. As negociações demoraram 20 meses e, acreditem ou não, a FOA não desembolsou um real.
“A FOA adquiriu o Hospital Hinja com todo o seu ativo e nenhum valor de ganho de capital à família do Gotardo, à família da D. Vilma. Nenhum real. Vai ressaltar o nome da família e fazer jus à História que o Hinja fez pela cidade. A FOA vai dinamizar o hospital junto com a nova marca, que é o H.FOA”, contou Eduardo Prado aos convidados. “E assim a operação de compra e venda se fez”, disparou, orgulhoso de ter comandado a novela que, como ele mesmo detalhou, levou 20 meses para ser finalizada.
Tem mais. O H.FOA já nasceu adquirindo um robô cirúrgico (ver edição 1412) que custa cerca de R$ 16 milhões e, até o final de 2025, deverá investir outros R$ 24 milhões na unidade. “Até dezembro de 2025 nosso investimento será de aproximadamente R$ 40 milhões. A FOA é rica? Não”, pontuou Eduardo Prado, explicando o que aconteceu. “É (fruto de) uma estratégia que o universo conspira”, definiu, referindo-se à participação direta do prefeito Neto. “Na necessidade de desenvolver a saúde do município, e melhorar o atendimento público no Retiro, o Neto resolveu desapropriar a parte nossa do Campus Leonardo Mollica”, o anexo do Hospital do Retiro. “Ele perguntou do
jeito dele: Eduardo, você não quer vender seu prédio (o da FOA)?”, contou.
Eduardo contou que na hora chegou a brincar com Neto. “Eu falei: prefeito, nem casa eu tenho, como você quer que eu venda um prédio…”, e ele me respondeu: “Aquele que você tem lá no Retiro”. Foi aí que eu entendi que o prefeito estava se referindo ao prédio da FOA. Na hora, eu lhe disse que nunca tinha pensado em fazer isso, mas entendi que poderia ajudar na operação da aquisição do Hinja”. E deu no que deu.
Ao todo, a prefeitura de Volta Redonda, segundo Eduardo Prado, conforme o aQui mostrou em edições anteriores, investiu cerca de R$ 20 milhões para desapropriar o anexo da FOA no Hospital do Retiro e ainda o prédio do Tangerinal, que foi transformado na Creche Dauro Peixoto Aragão (ex-presidente da FOA). “As desapropriações foram feitas, e os recursos financeiros foram parar no caixa da FOA. Então vamos investir, até 2025, esses R$ 20 milhões obtidos com a venda dos dois prédios e mais recursos que estamos buscando no mercado. Vamos investir R$ 40 milhões nessa operação. A primeira delas foi a aquisição do robô Da Vinci X”, detalhou, aproveitando para contar mais uma história da longa novela que foi travada nos bastidores da vida política e empresarial de Volta Redonda. “Tenho que contar”, insistiu.

Robótica
O capítulo dessa história começou com a ida de Eduardo Prado à secretaria estadual de Saúde, que, na época, era comandada pelo Dr. Luizinho. “Eu fui até o Doutor Luizinho, há um ano, para discutirmos uma parceria da FOA com o Hospital Regional. Ele me recebeu muito bem e me contou que tinha conhecido um médico que operava com robótica, o
Heitor Santos. E ele vai lá em Volta Redonda, você o acompanha lá no Hospital? pediu”. “É claro”, respondeu Eduardo Prado.
No dia marcado, o presidente da FOA e o médico especialista em robótica foram ao Hospital Zilda Arns. “Ele treina médicos, cirurgiões em robótica. Ali, ele plantou a ideia na minha cabeça de a FOA adquirir um robô, e eu comecei a maquinar como poderíamos tornar isso realidade. Cheguei a pensar que era algo impossível, afinal seriam milhões de reais. ‘Como vamos arrumar dinheiro para um robô desse?’, pensei. “A solução caiu do céu quando o Neto me propôs a desapropriação dos prédios da FOA”, detalhou.
Prado foi além. “Quis o destino que hoje, às 8h30min, a primeira cirurgia robótica pelo SUS foi feita com esse equipamento, o robô Da Vinci, pelas mãos do Doutor Heitor. Ele foi o responsável. Entra para a história de Volta Redonda, e da Sociedade Brasileira de Hérnia e Parede Abdominal (SBH), como o primeiro cirurgião a operar em um robô pelo SUS. É possível a gente realizar isso. Podemos unir forças e ajudar pacientes”, pontuou, recebendo longo aplauso das autoridades e convidados.

Parto
“O lançamento do H.FOA é resultado de um trabalho de 20 meses, que envolveu muita dedicação e esforço”, foi com essa colocação que Eduardo Prado iniciou seu discurso na noite de sexta, 5, diante de cerca de 500 pessoas. “Em outubro de 2022 eu recebi um telefonema de uma pessoa que não posso dizer o nome. Ele me disse: ‘Você sabe que o Hinja está sendo vendido para a Universidade de Vassouras?’ Eu fiquei sem palavras. Respirei fundo, olhei para as estrelas e respondi: Hum, pode… Está querendo comprar? Espero que compre, é bom que ajuda e eles vêm para Volta Redonda para ajudar a cidade, assim como a FOA ajuda”, revelou, referindo-se à Universidade de Vassouras.
Tem mais. “Desliguei e, dois dias depois, ao ir ao gabinete do prefeito Neto, eu encontrei um cidadão chamado Gotardo. Não queria nem olhar a cara dele, afinal, ele estava vendendo o Hinja para uma instituição de ensino de outra cidade. Logo ele, ex-aluno do curso de medicina, participante institucional (da FOA), que ganhou homenagem do Dauro (Aragão), fazer uma coisa dessa? Vou chutar a canela dele”, contou, arrancando risos dos convidados. “Ele passou por mim, me cumprimentou, meio que nem dei muita bola pra ele. Mas, à noite, ele me ligou e pediu pra tomarmos um café. Tinha caído no radar”, avaliou.
Ocaféfoinodia11de outubro de 2022. “Ele me perguntou se a FOA tinha interesse em comprar o Hinja, e eu disse que sim, pois isso era necessário para o desenvolvimento dos cursos de todas as áreas, principalmente de medicina. Ali traçamos mais ou menos o que poderia ser e, no dia seguinte, 12 de outubro, um dia especial para mim, eu e o Júlio César Soares Aragão fomos ao Hinja. Ele olhou e eu falei ‘E aí? O que você acha? Dá pra fazer?’. Ele me respondeu: ‘Aqui tem todos os aparatos que a gente precisa, só teremos que mudar alguma coisa’. Foi o início de todo o processo de compra e venda”, comentou.
As negociações demoraram. O que Eduardo Prado
não contou é que, para ‘fechar a porteira’, ele e Gotardo tiveram que vencer muitos obstáculos, especialmente os de ordem tributária e financeira. O Hinja devia alguns milhões de reais de ISS (Imposto Sobre Serviços), que foram negociados com Neto, e de parcelamento de impostos federais, enquadrados no Simples. “Vinte meses se passaram, mas em dezembro do ano passado conseguimos fechar um documento de promessa de compra e venda”, contou. “Ali, naquele momento, acabou a compra e venda. A negociação deixou de ter interesses que colidiam e que passaram a se converter no mesmo objeto para se tornar um convênio onde os interesses se somaram sobre o mesmo objeto”, teorizou. “Nós iniciamos um processo de transformar o que era uma empresa privada em um modelo fundacional, que é outra coisa completamente diferente. O Hospital teve que caminhar para criar mecanismos para chegar onde foi exigido pela procuradoria de Fundações, pelo conselho curador da FOA e pelas regras de compra e venda, de aquisição e fusão de empresas desse porte”, disse.
Segundo Eduardo Prado, foram necessários alguns meses para que a operação fosse totalmente viabilizada. “Foram seis meses de transição, e estamos fazendo três de pós- graduação. Um em Hospital Público, outro em fusão e aquisição, para que a operação desse certo. O modelo já é seguido pelo país afora graças ao Ministério Público, que reconheceu que o nosso trabalho foi muito bem- elaborado”, contou. Expansão
A grande novidade no lançamento oficial da marca H.FOA, revelada com exclusividade pelo aQui, foi que a FOA já pensa em expandir a unidade. Em criar novos negócios, como o lançamento de um ‘Cartão Saúde’. “O Cartão Saúde já está pronto. A parte de documentação também está”, disparou Eduardo Prado. “Mas ainda não vamos oferecer o cartão, pois precisamos melhorar um pouquinho os setores internos de atendimento (do hospital) para receber (o público) que a gente acredita que vamos receber diante de uma grande demanda que será a utilização do nosso cartão de saúde”, justificou. “Precisamos fechar algumas questões com as operadoras (de planos de saúde) para que eles possam ser anunciados”, destacou, mostrando que o H.FOA, assim como o Hinja fazia, vai trabalhar com vários planos de saúde. “Pretendemos ampliar”, destacou.
Ao aQui, Eduardo Prado revelou que o Cartão Saúde do H.FOA vai oferecer muitas vantagens a quem aderir. “Vamos oferecer descontos pela fidelidade, descontos em consultas, exames e internações. Podem ser, inclusive, para empresas com descontos em folha de pagamento”, destacou. Detalhe importante: o cartão do H.FOA será oferecido tanto no varejo quanto no atacado, às empresas da região.
Eduardo Prado também revelou que deve apresentar, em breve, o primeiro programa de residência médica daFOA,equeogrupoFOAjá pensa em expansão. “Estamos recebendo proposta dos vizinhos (do H.FOA) para ampliação da unidade. Já temos um estudo prévio, com estrutura mista, totalmente modulada, um projeto de futuro, de (elevar) o prédio até 15 andares”, anunciou, acrescentando que alguns terrenos ao lado do hospital já foram limpos. “Para fazer um estacionamento para o Hospital, que é o que ele precisa de mais urgência”, finalizou.

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