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Carteira de dividendos: veja papéis mais recomendados para junho

O principal índice da bolsa brasileira encerrou o mês em queda de 3%, no patamar de 122 mil pontos — o mais baixo desde novembro do ano passado.

Entre os principais temores apontados no mês, estavam os temores sobre os juros dos Estados Unidos, a desconfiança dos investidores quanto à condução da política fiscal, as enchentes no Rio Grande do Sul e temores sobre o futuro da Petrobras e do Banco Central.

Petrobras

Em março, a Petrobras anunciou que iria reter R$ 43,9 bilhões em dividendos extraordinários, invés de distribuí-los para os investidores. Defendida pelo governo, a medida visava assegurar investimentos e o pagamento a acionistas nos próximos anos, afirmou a estatal à época.

Além de desagradar o mercado, a decisão criou um racha entre os membros pró-governo do conselho e o então CEO da estatal, Jean Paul Prates.

Àquela altura, começou a rodar o rumor sobre a demissão de Prates e possível substituição pelo presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

No final de abril, o Conselho de Administração da Petrobras aprovou o pagamento de 50% dos dividendos extraordinários, o que não marcaria o fim da novela. No dia 14 de maio, o governo demitiu Prates.

O movimento alimentou temores de interferência política na estatal, que perdeu R$ 50 bilhões em valor de mercado naquela semana.

Ainda sim, a avaliação é de que os dividendos pagos pela empresa devem oferecer rendimentos atraentes.

“A recente reação adversa do mercado às mudanças na administração criou um ponto de entrada favorável, em nossa opinião, com os riscos associados agora parcialmente precificados”, avalia a XP em relatório.

Temores com EUA

Os investidores vêm alimentando um pessimismo em relação ao nível dos juros nos Estados Unidos. Após a reunião de maio do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), as taxas foram mantidas no patamar mais elevado em 23 anos, de 5,25% a 5,5%.

Dados indicam que a inflação no país tende a desacelerar mais devagar, enquanto a economia se mantém resiliente. Na avaliação das autoridades do Fed, os indicadores não são favoráveis para um corte no momento.

Durante a última reunião de política monetária, chegou a ser considerado um potencial novo aumento dos juros.

O mau humor levou os investidores a voltarem a apostar em um único corte de 0,25 ponto percentual neste ano.

Os juros mais altos por lá funcionam como um freio para a economia local. Mas o que abala a economia dos EUA, tende a abalar a economia e os negócios em outros mercados também.

“Esperamos que o Ibovespa siga oscilando até que fique claro o início dos cortes de juros nos EUA, que dependem, por sua vez, dos dados de atividade econômica e inflação. Não esperamos que fatores brasileiros possam melhorar e ser gatilhos fortes o suficiente para sozinhos levarem investidores a buscar risco em bolsa”, avaliou a EQI Research.

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