Nesta sexta-feira (19), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou a ausência do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), durante uma agenda em São José dos Campos, no interior do estado.
Lula disse que espera que o governador paulista um dia comece “a mostrar para o povo que a gente pode ser adversário, pode ter disputado eleições”. “Mas, quando elas terminam, temos que governar junto com todo mundo”.
A crítica aconteceu no momento em que o PT havia ingressado com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a suspensão da privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), carro-chefe do governo Tarcísio. A questão foi rejeitada pelo presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso.
A possibilidade de Tarcísio de Freitas ser candidato ao Palácio do Planalto em 2026 e concorrer contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) gera um movimento de conflito entre os dois, avaliou ao WW o cientista político Rafael Cortez, professor do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP). Cortez explica que existe “o conflito em torno da privatização em si” mas também há “os desdobramentos políticos eleitorais desse movimento”.
Para Cortez, “como o Tarcísio é a bola da vez para representar eventualmente o bolsonarismo, em 2026, organizando um projeto rival ao do presidente Lula, todo o movimento entre esses dois nomes vai ganhar uma repercussão política para além da temática específica”.
“Tem eleição municipal também, e em alguma medida esses atores estão envolvidos, São Paulo é uma capital importante”, prossegue o cientista político.
Na capital paulista, Lula apoia o pré-candidato do PSOL, Guilherme Boulos. Tarcísio, por sua vez, apoia a reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB).
O WW vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 22h, com edição especial aos domingos no mesmo horário. O programa debate os temas mais relevantes e complexos dos noticiários de uma maneira objetiva e, ao mesmo tempo, aprofundada.
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