A economia da Alemanha continua “essencialmente presa” em um estado de estagnação, mas deverá ter um crescimento marginal no primeiro trimestre de 2025, avalia o Bundesbank, em relatório mensal divulgado nesta segunda-feira (24).
O BC alemão vê uma leve melhora na demanda doméstica, mesmo com a persistente tendência cíclica de fraqueza.
Para o Bundesbank, o setor industrial deve ter um peso menor sobre a atividade econômica, o de construções permanecerá no mesmo nível e o de serviços continuará liderando com ganhos mais robustos, apesar do ambiente incerto, do aumento nos custos de financiamento e da baixa capacidade de utilização.
O BC alemão também projeta que a inflação irá desacelerar nos próximos meses, antes de retomar alta temporariamente no meio do ano por efeitos de base. “Os serviços serão os catalisadores do processo de desinflação, particularmente pelo arrefecimento do avanço salarial”, pondera.
O Bundesbank observa que, somente no quarto trimestre, os salários negociados caíram para avanço de 5,8% na taxa anual, de 8,9% no trimestre anterior.
Sobre a indústria, o BC da Alemanha vê uma “continuidade da dicotomia” entre a atividade na Europa – ainda fraca – e global – que teve melhora “substancial” no fim do quarto trimestre, impulsionada por economias emergentes.
O relatório, contudo, alerta que a política protecionista dos EUA no comércio pode ter muito peso sobre a atividade industrial e comercial no mundo, de modo geral.
O Bundesbank reiterou a mensagem do Banco Central Europeu (BCE) de que os ajustes na política monetária não possuem trajetória predeterminada e que as decisões monetárias seguem dependentes de dados.
Por outro lado, reconheceu que o padrão de empréstimos bancários está mais restritivo e que, por consequência, a concessão de crédito por bancos da Alemanha no quarto trimestre foi “anêmica”, com demanda reduzida.