Embaixador pede “ambição“ em metas para corte de emissões

O presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, pediu “ambição” dos países nas metas para a redução dos gases de efeito estufa até 2035.

Na conferência climática de 2025, marcada para novembro em Belém, haverá uma consolidação das novas metas — tecnicamente chamadas de NDCs (contribuições nacionalmente determinadas na sigla em inglês) — dez anos depois da assinatura do Acordo de Paris.

A maioria dos países assumiu compromissos de “net zero” (neutralidade nas emissões de carbono) até 2050 ou 2060, mas precisa se comprometer com metas intermediárias que mostram o caminho para chegar até esse objetivo final.

Até o início de fevereiro, prazo inicial dado pelas Nações Unidas, apenas dez nações haviam apresentado formalmente suas metas.

O Brasil, por exemplo, se comprometeu a reduzir suas emissões entre 59% e 67% até 2035 — tendo o ano-base de 2005 como comparação.

“Há uma grande expectativa em relação ao balanço das NDCs na COP30. Como todos sabemos, as NDCs são determinadas nacionalmente e, portanto, não estão sujeitas a negociações multilaterais”, diz o embaixador, em carta enviada nesta segunda-feira (10) aos 197 países-signatários da Convenção-Quadro das Nações sobre a Mudança do Clima (UNFCCC).

“No entanto, estimularemos uma reflexão franca e coletiva sobre os gargalos que têm dificultado a ambição e a implementação em mudança do clima. No futuro, seremos julgados por nossa disposição de responder com firmeza à crescente crise climática”, acrescenta o presidente da COP30.

“A falta de ambição será julgada como falta de liderança, pois não haverá liderança global no século 21 que não seja definida pela liderança climática.”

“Podemos estar do lado certo da história, transformando as NDCs em plataformas para um futuro próspero que consagre a determinação nacional de contribuir e transformar. No período que antecede a COP30, precisamos de NDCs ambiciosas, que privilegiem a qualidade como cumprimento das obrigações legais do Acordo de Paris.”

De acordo com Corrêa do Lago, o secretário-geral da ONU, Antônio Guterres, pretende convocar um encontro virtual de líderes — presidentes e primeiros-ministros — a fim de pedir ambição dos países nas metas climáticas. O Brasil, segundo ele, apoia a iniciativa.

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