Diretora-geral do Senado Federal e PhD em administração de empresas, Ilana Trombka afirmou em entrevista à CNN que o chamado “Enem dos Concursos” contribui para que o serviço público no Brasil seja mais plural, reflita a sociedade e, assim, se torne mais eficiente.
O governo federal indica que busca com o Concurso Público Nacional Unificado (CPNU) democratizar o acesso às vagas do serviço público federal e aumentar a diversidade dos servidores. Para isso, foram tomadas medidas como a aplicação de provas em mais de 200 cidades e adesão a uma série de cotas.
“Temos uma sociedade diversa e plural, com negros, brancos, índios, amarelos, homens, mulheres, lgbtqiapn+, indivíduos com e sem deficiência. E todos devem estar representados no serviço público. Só sabendo das necessidades destes grupos, e ninguém sabe melhor do que quem vive, que faremos políticas que atendam a toda população”, disse.
A entrevista à CNN aconteceu durante a cerimônia de lançamento livro “Intraempreendedorismo no âmbito Público Federal com Foco em Inclusão Social”, que é de autoria e Trombka e resultado de doutorado que redigiu. Estiveram presentes figuras como o ex-presidente Michel Temer e a empresária e presidente do conselho de administração do Magazine Luiza, Luiza Trajano.
Para a diretora-geral do Senado um dos principais “achados” de seu trabalho diz respeito à inovação no setor público e o papel de lideranças em promovê-la.
A autora rechaçou a ideia de que há pouca inovação no setor público ao afirmar que o Pix, criado pelo Banco Central, é a “maior inovação brasileira em cinco anos”.
Segundo Ilana Trombka, outro dos achados relevantes é de que servidores são motivados pela percepção de que estão influenciando positivamente a inclusão social no país. Há neste aspecto um desafio: quando se observa a interação entre Estado e a inclusão social, há a percepção de que esta relação varia de governo para governo.
“O que eu considero uma miopia, já que a inclusão social é questão de Estado, não de governo. A maior parte da população brasileira está na base da pirâmide. E é necessário subir na pirâmide para ter educação e fazer parte do ciclo de produção e consumo”, argumentou.
Convidados
Em conversa com jornalistas durante as sessões de autógrafos, Michel Temer ponderou dificuldades para se gerar empreendedorismo no setor público. Para o ex-presidente, é necessário que haja “meritocracia” para que se incentive esta prática.
“Isso envolve a chamada meritocracia e a análise do mérito dos funcionários públicos. Não é fácil, isso é muito comum no setor privado, onde a avaliação é mais simples. Só haverá empreendedorismo se entrar em vigor a meritocracia”, disse.
Luiza Trajano, outra das convidadas, afirmou a jornalistas que o empreendedorismo, que já é “solução” no setor privado, pode ser também “solução” para o setor público. “Precisamos de soluções, ainda mais em um espaço que não tem, inicialmente, este espírito de inovação”.
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