Clientes da Amazon provavelmente podem esperar um aumento de preços devido à atual guerra comercial global, admitiu o CEO da empresa.
A rede de vendedores terceirizados da varejista online “vai repassar esse custo”, disse Andy Jassy nesta quinta-feira (10) à CNBC, ao comentar os impactos das tarifas sobre os preços dos produtos. “Dependendo do país em que você está, não há uma margem extra de 50% com a qual seja possível trabalhar.”
Na quarta-feira (9), o ex-presidente Donald Trump suspendeu temporariamente, por 90 dias, suas chamadas tarifas recíprocas — que, na prática, nem sempre são recíprocas. Essas tarifas impuseram impostos pesados, entre 11% e 50%, sobre dezenas de países.
Mas Trump não está recuando em sua preocupante guerra comercial com a China — origem de muitos dos produtos vendidos na Amazon — e aumentou suas tarifas sobre importações chinesas para 125%. Já na quinta-feira, entraram em vigor as tarifas retaliatórias da China, de 84%, sobre produtos americanos.
Apesar disso, Jassy afirmou que a Amazon está “fazendo tudo o que pode para tentar manter os preços como estão para os clientes — o mais baixos possível”. Segundo ele, a empresa fez “compras estratégicas antecipadas de estoque” e renegociou termos com vendedores para garantir “preços mais baixos” aos consumidores.
Até agora, Jassy disse que a empresa não observou mudanças significativas no comportamento dos clientes, apenas notou que algumas pessoas estão “antecipando compras” e mantendo hábitos de consumo recentemente influenciados pela inflação.
“Os consumidores estão mais cautelosos e, sempre que podem economizar, economizam. Sempre que encontram uma promoção, aproveitam”, disse ele.
Isso contrasta fortemente com a maior rival da Amazon, o Walmart, que na quarta-feira retirou sua projeção financeira para o trimestre devido à incerteza sobre os impactos das tarifas. Ainda assim, a varejista afirmou que as vendas do trimestre devem crescer até 4% e manteve sua previsão anual de vendas e lucros.
As ações da Amazon (AMZN) caíram 3% na abertura dos mercados, refletindo uma queda mais ampla nas bolsas.
Tarifas “recíprocas” de Trump não são o que parecem; entenda
