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Eurocopa: Polícias de Alemanha e Inglaterra coordenam ações contra hooligans

A polícia britânica diz que está trabalhando com seus colegas da polícia alemã para garantir uma Eurocopa 2024 “segura e sem problemas” para os torcedores ingleses, em meio a temores de que os hooligans sérvios tenham como alvo a estreia das duas seleções no domingo (16), em jogo pelo Grupo C.

Conforme relatado pelo Guardian na terça-feira (11), o chefe da polícia de Gelsenkirchen, cidade onde a Inglaterra enfrentará a Sérvia, disse que espera que até 500 hooligans tentem causar violência.

“Os oficiais do Reino Unido têm uma boa relação de trabalho com a polícia alemã, desenvolvida a partir do trabalho conjunto em vários torneios e jogos de futebol de alto nível anteriores”, disse a Unidade de Policiamento de Futebol do Reino Unido à CNN.

“Continuamos a trabalhar em estreita colaboração com a polícia alemã para ter uma Eurocopa sem problemas para os torcedores ingleses que vão viajar.”

Espera-se que até 40.000 torcedores ingleses e 8.000 torcedores sérvios viajem para Gelsenkirchen para um jogo que a Uefa, órgão regulador do futebol europeu, e a polícia alemã designaram como “de alto risco”. No total, cerca de 300 mil torcedores ingleses deverão viajar para a Alemanha durante o torneio.

A CNN apurou que a polícia britânica tem cerca de 2.000 ordens de proibição atualmente em vigor para torcedores de futebol. A polícia alemã disse à CNN num comunicado que está “preparando-se para a possibilidade da presença de hooligans violentos na área da cidade”, mas acrescentou que “atualmente não tem informações que confirmem isso”.

“O próximo jogo de futebol entre Sérvia e Inglaterra é definido como um jogo de alto risco. Consequentemente, iremos mobilizar mais pessoal do que para partidas menos críticas. A polícia de Gelsenkirchen será apoiada por forças policiais de todo o estado da Renânia do Norte-Vestfália. A polícia de Gelsenkirchen está em contato estreito com as autoridades inglesas e sérvias como parte dos seus preparativos. A comunicação com a polícia inglesa, em particular, é excelente, com uma troca constante de informações sobre eventos perturbadores.”

A Federação Sérvia de Futebol e o Ministério do Interior da Sérvia não responderam ao pedido de comentários da CNN.

Na Euro 2016, na França, a partida de abertura da Inglaterra contra a Rússia, em Marselha, foi marcada pela violência entre os dois grupos de torcedores, causando vários ferimentos e prisões.

Torcedores ingleses entraram em confronto com russos na Euro 2016
Torcedores ingleses entraram em confronto com russos na Euro 2016 / Carl Court/Getty Images

Estima-se que 2,7 milhões de pessoas visitem a Alemanha para a Euro 2024, de acordo com a Reuters, com grandes fan zones instaladas em todas as principais cidades.

A anfitriã

É justo dizer que as expectativas para a seleção alemã não são altas no país anfitrião. A má forma e o desempenho levaram a federação a demitir o técnico Hansi Flick em setembro de 2023 e a contratar Julian Nagelsmann. Mesmo agora, a jornada continua a ser difícil para o ex-técnico do Bayern de Munique.

As recentes vitórias impressionantes fora de casa contra a França e em casa contra a Holanda foram precedidas por derrotas na Áustria e em casa contra a Turquia. Mas alguns torcedores alemães agora sonham com um segundo “Sommermärchen”, ou “conto de fadas de verão”, termo dado ao verão de 2006, quando a Alemanha alcançou inesperadamente as semifinais da Copa do Mundo em casa, quando as expectativas eram igualmente baixas.

No entanto, uma pesquisa recente realizada pela emissora nacional ARD concluiu que 27% dos alemães não tinham interesse na Euro 2024. Apenas 43% disseram estar muito interessados.

A Alemanha tem uma história rica em grandes torneios, tendo conquistado quatro Copas do Mundo e três Eurocopas, mas o sucesso tem sido mais difícil de conseguir nos últimos tempos.

A seleção nacional não vence uma partida eliminatória em um grande torneio há quase oito anos, sendo eliminada na fase de grupos das duas Copas do Mundo anteriores e perdendo nas oitavas de final da Euro 2020.

Com o peso da expectativa retirado, no entanto, talvez outro “Sommermärchen” seja uma possibilidade distinta.

França e Inglaterra entram no torneio como as duas favoritas à conquista da Taça Henri Delaunay. Os Bleus têm sido uma das forças dominantes do futebol mundial nos últimos anos, vencendo a Copa do Mundo em 2018 e chegando à final em 2022.

Na última Euro, porém, a França foi surpreendida nos pênaltis pela Suíça nas oitavas de final.

O técnico Didier Deschamps está no comando da seleção nacional desde 2012 e em janeiro passado estendeu seu contrato até 2026.

Deschamps, que capitaneou a França à glória na Copa do Mundo de 1998 e na Euro 2000, também guiou a equipe à vitória na temporada 2020/2021 da Nations League e o vice na Eurocopa de 2016.

A seleção atual possui um talento absurdo, com a experiência de Kylian Mbappé, Olivier Giroud e Antoine Griezmann apoiada pela mais nova safra de estrelas. Bradley Barcola, Warren Zaïre-Emery e Eduardo Camavinga são apenas alguns dos jovens talentosos produzidos pela aparentemente interminável fábrica de craques da França.

“Quero ganhar a Euro. Eu tenho que ser honesto. Ganhei a Copa do Mundo. Ganhei a Nations League. Esse [troféu, da Euro] é o único que falta depois de tudo o que já pela seleção”, disse Mbappé à CNN recentemente.

“Eu realmente quero ganhar isso. A minha primeira competição como capitão, por isso é muito importante para mim e é sempre importante para o país e queremos que eles se orgulhem de nós. É mais uma oportunidade de escrever a história do meu país.”

A atual seleção inglesa está igualmente repleta de talento e sente-se, com razão, confiante em por fim a 58 anos de decepções desde que conquistou pela última vez um troféu importante, na Copa do Mundo de 1966.

Harry Kane continua sendo um dos melhores atacantes do mundo e será apoiado por um elenco de estrelas que inclui Phil Foden, Bukayo Saka e Declan Rice, enquanto o surgimento de Jude Bellingham como um dos melhores jogadores jovens do planeta adiciona uma dimensão extra ao meio-campo da Inglaterra.

O técnico Gareth Southgate está no comando há oito anos e teve mais sucesso do que qualquer um de seus antecessores desde a vitória na Copa do Mundo, há 58 anos.

Sob seu comando, a Inglaterra chegou às semifinais da Copa do Mundo e à final da Euro 2020, mas até agora não conseguiu encerrar o jejum da seleção nacional. O contrato de Southgate termina em dezembro e a Federação Inglesa de Futebol está disposta a estendê-lo, mas o inglês disse à CNN no mês passado que a decisão “será minha”.

“É claro que chegamos muito perto na última Euro”, disse Southgate. “De qualquer forma, estávamos a um pênalti e a um gol não sofrido de sermos campeões europeus. Então, os jogadores sabem o quão perto estamos. Quando você chega tão perto… você precisa dar o passo final.”

Os azarões

A Hungria foi apontada por muitos como a zebra do torneio, depois de se classificar para a sua terceira Eurocopa consecutiva.

Liderada pelo meio-campista Dominik Szoboszlai, do Liverpool, que se tornará o capitão mais jovem da história da competição, a seleção húngara passou invicta pelas Eliminatórias e sofreu apenas sete gols em oito partidas. A equipe também ficou em segundo lugar no grupo da Nations League, que também contou com Itália, Alemanha e Inglaterra, sofrendo apenas cinco gols em seis jogos.

A defesa, claramente, será a chave para qualquer sucesso húngaro no Euro 2024.

“Sabemos exatamente do que somos capazes, do que conseguimos até agora contra outras seleções nacionais. Não quero sobrecarregar a equipe e não quero que o mundo exterior nos sobrecarregue. Mas se nos sentirmos pressionados, podemos nos ajudar para aproveitar a Euro. Não é pouca coisa estar lá. No entanto, temos uma equipe muito boa. É como uma grande família e juntos podemos fazer qualquer coisa”, disse Szoboszlai à Uefa.

A Ucrânia, que disputa a quarta Euro consecutiva, também tem a chance de impressionar na Alemanha depois de uma sólida campanha nas Eliminatórias.

Cada vitória é especialmente significativa no contexto da guerra em curso contra a Rússia. Este é o primeiro grande torneio para o qual a Ucrânia se classificou desde o início da invasão.

Com jogadores como Oleksandr Zinchenko, Andriy Lunin e Mykhailo Mudryk jogando por alguns dos maiores clubes da Europa, além do surgimento de Artem Dovbyk como o atacante mais prolífico da Espanha, a Ucrânia deve se sentir confiante para pelo menos se classificar em um grupo que conta com Bélgica, Eslováquia e Roménia.

(Nadine Schmidt, da CNN, contribuiu com a reportagem)

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