O Fundo Garantidor de Créditos (FGC) encerrou 2024 com patrimônio de R$ 140,4 bilhões, um avanço de 11,96% em relação aos R$ 125,4 bilhões registrados no ano anterior. Os números estão no relatório anual do fundo divulgado nesta terça-feira (29).
Segundo o documento, o crescimento foi impulsionado por um superávit de R$ 14,9 bilhões, resultado de R$ 10,8 bilhões em receitas financeiras e R$ 5,7 bilhões provenientes das contribuições das instituições financeiras associadas.
A liquidez do fundo — que corresponde aos recursos disponíveis para pagamento de garantias — também cresceu, passando de R$ 102,6 bilhões para R$ 114,2 bilhões.
Do total do patrimônio, R$ 130,6 bilhões (93,1%) estão alocados em ativos que podem ser rapidamente convertidos em caixa, incluindo uma reserva de R$ 16,4 bilhões no Fundo de Resolução.
“Ao longo de 2024, aprimoramos significativamente nossa capacidade operacional e de resposta a eventuais situações de estresse no Sistema Financeiro Nacional”, afirmou a administração do FGC no relatório anual.
“As mudanças nos processos e a migração para uma infraestrutura em nuvem garantem alta disponibilidade e escalabilidade”, diz outro trecho do documento.
Mesmo com a rentabilidade da carteira de investimentos ficando em 73,88% da Selic — abaixo dos 103,91% registrados em 2023, devido à marcação a mercado de NTN-Bs — o desempenho foi considerado positivo.
Os depósitos elegíveis à garantia superaram, pela primeira vez, R$ 5 trilhões. Com o limite de R$ 250 mil por depositante e por instituição, o total coberto chegou a R$ 2,4 trilhões, representando 48,43% do montante elegível e um crescimento de 10,04% na comparação com 2023. O limite de garantia se manteve adequado, cobrindo integralmente 99,7% dos produtos elegíveis.
Em 2024, o FGC não registrou liquidações de instituições financeiras. Os pagamentos de garantias realizados somaram R$ 31,3 milhões, referentes a eventos anteriores, como os casos de BRK, Portocred e CHB.
Segundo o fundo, esses pagamentos foram feitos de forma rápida, majoritariamente por meio do aplicativo do FGC.
Além dos resultados financeiros, o fundo destacou avanços institucionais, como a criação de um Comitê de Auditoria e a certificação internacional da Auditoria Interna pelo Instituto dos Auditores Internos do Brasil (IIA Brasil).
De acordo com o relatório, pelo terceiro ano consecutivo, o FGC recebeu o selo GPTW (Great Place to Work) e, pela primeira vez, o selo de Saúde Mental.
“O FGC se consolida como um agente essencial de estabilidade, pronto para proteger depositantes e contribuir para a confiança no sistema financeiro”, concluiu a entidade.
Em 2025, o fundo completa 30 anos de atuação, tendo realizado, ao longo da história, 40 operações de pagamento de garantias a mais de 4 milhões de pessoas.
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