Os filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se manifestaram contra a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) que acusa o ex-mandatário de cinco crimes no âmbito da investigação que aponta uma trama golpista no país.
Ao todo, o procurador-geral Paulo Gonet ofereceu denúncia contra 34 pessoas, com base no inquérito da Polícia Federal (PF).
O primogênito, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), falou em “denúncia vazia”, alegando que “nenhuma prova contra Bolsonaro” teria sido apresentada no documento elaborado por Gonet.
Já o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) participou de uma transmissão ao vivo ao lado do economista Paulo Figueiredo, algumas horas após a denúncia, e comentou o assunto.
O parlamentar usou o termo “Disneyland coup d’état”, que em tradução livre, significa “golpe de Estado da Disneyland”, para ironizar as acusações de que seu pai teria atuado em desfavor do Estado Democrático de Direito.
Bolsonaro é acusado pelos seguintes crimes:
- organização criminosa armada;
- tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- golpe de Estado;
- dano qualificado pela violência e grave ameça contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima;
- e deterioração de patrimônio tombado.
Em comunicado, a defesa do ex-presidente disse que é inepta e baseada em uma única delação a denúncia da PGR.
A delação referida é do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
“A inepta denúncia chega ao cúmulo de lhe atribuir participação em planos contraditórios entre si e baseada numa única delação premiada, diversas vezes alteradas, por um delator que questiona a sua própria voluntariedade. Não por acaso ele mudou sua versão por inúmeras vezes para construir uma narrativa fantasiosa”, disse a defesa.
Veja o que disseram os filhos de Jair Bolsonaro:
Flávio Bolsonaro
“A tentativa de golpe nos prédios públicos vazios virou uma denúncia vazia, que não tem absolutamente NENHUMA PROVA contra Bolsonaro”, começa a nota divulgada pelo senador nas redes sociais.
“Mesmo depois de Alexandre de Moraes ter esculachado o Ministério Público Federal na fabricação dos inquéritos e torturado Mauro Cid para “delatar” o que não existiu, o PGR se rebaixa.
Cumpre sua missão inconstitucional e imoral de atender ao fígado de Alexandre de Moraes e ao interesse nefasto de lula, que está nos seus últimos meses de presidência”, continua.
E finaliza: “Hoje tem comemoração dos destruidores da democracia em Brasília. Não vamos desistir do Brasil”.
Eduardo Bolsonaro
Na live junto com Paulo Figueiredo — que está na lista das 34 pessoas denunciadas pela PGR —, Eduardo Bolsonaro descreveu os fatos como inverossímeis.
“Disneyland coup d’état. É aquela história, né: o cara ia fazer um golpe. Ele falou: ‘Vou fazer um golpe. Vamos fazer o seguinte: eu vou deixar de ser presidente, aí quando eu deixar de ser presidente, não vou comandar mais as Forças Armadas, não ter acesso à polícia, nem nada, aí a gente vai lá para fazer um golpe”, afirmou.
“Mas a gente vai melhorar. Antes de a gente dar um golpe, vou antecipadamente nomear os comandantes de Força que o cara que vai sofrer o golpe, o Lula, vai decidir. Tá lá o chefe do Exército, 01 da Marinha, da Aeronáutica. Para encorajar a rapaziada, eu vou para os Estados Unidos. Aí você vai para os Estados Unidos para a galera ficar animada e ir para a rua”, acrescentou.
A cronologia de Eduardo destaca a viagem que Bolsonaro fez para os Estados Unidos em 30 de dezembro de 2022. O ex-presidente permaneceu no país por três meses na época.
“Aí quando o golpe tiver em execução, vou tuítar lá da Disneylândia, falando assim: voltem para as suas casas, não façam isso, tal, tal, tal, sou contra’. Pelo amor de Deus, eu não sei nem por onde começar porque não dá para levar muito a sério essa questão de golpe.”