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Golpistas usam CNPJ de loja para falsa venda de celulares


Uma empresa que atua há 20 anos com equipamentos de segurança eletrônica foi envolvida em um golpe de venda de celulares abaixo do preço de mercado. Nos últimos dois anos, o CNPJ e endereço da Biver Global Telecom, no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste, vem sendo utilizado por criminosos para dar credibilidade à comercialização dos aparelhos que nunca são entregues. Os bandidos fizeram vítimas no Rio e em outros estados do país.

A dona da empresa, Larissa Coutinho, de 42 anos, relatou que os casos acontecem desde 2022 e em agosto do mesmo ano, chegou a publicar um vídeo alertando sobre o crime. Confira abaixo. No golpe, os bandidos anunciam celulares de última geração com preços abaixo dos de mercado e pedem uma entrada por PIX, com a promessa de parcelar o restante do valor. Entretanto, os aparelhos nunca são entregues. Na publicação, há comentários de vítimas.

“Cai no golpe, comprei 2 Iphones, paguei a entrada e não recebi”, comentou uma pessoa. “Acabei de cair no golpe, pesquisei tudo, até o CNPJ de vocês”, escreveu outra. “Infelizmente eu caí no golpe, são uma quadrilha e bem especializada, infelizmente eles usam a criatividade e a força ‘pro’ mal”, disse mais uma.

Em entrevista, a empresária relatou que passou a receber ligações de pessoas cobrando a entrega dos celulares e, após pesquisas, descobriu perfis com o nome dela, da empresa ou similares. Ela conta que partir desta época, começou a ser procurada por vítimas do golpe, por telefone e também no endereço da loja. Preocupada, a proprietária decidiu registrar um boletim online. Pouco tempo depois, recebeu uma intimação de uma compradora da Bahia, que decidiu processá-la.

Larissa então procurou a 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes), onde foi informada que deveria ter ido presencialmente à delegacia para finalizar o boletim de ocorrência. “Foi aí que começou a minha luta de querer avisar todo mundo, porque além de estar me deixando com medo, estava me perturbando, porque toda hora era alguém me ligando, me cobrando, vindo na minha porta. Teve uma vítima de São Paulo que veio na minha porta, porque comprou diversos aparelhos para revender. Hoje, essa pessoa até ‘topou’ ser minha testemunha”, disse a proprietária.

De acordo com Larissa, desde que o golpe foi divulgado, vítimas a ajudaram com prints de conversas com os criminosos, bem como comprovantes de pagamentos, e ela criou uma pasta virtual com os arquivos, que são compartilhados com os investigadores, segundo a empresária. Entretanto, ela disse que as investigações chegaram a ser arquivadas. “Eu fui diversas vezes na polícia para cobrar e toda hora muda de investigador. Uma das vezes, disseram que o processo tinha sido fechado, porque não apresentei provas”, desabafou.

Ela lembra que após citar os documentos obtidos, a apuração foi retomada, mas ela foi informada que seria muito difícil chegar aos criminosos. “Meu nome está na lama, minha segurança, então, nem se fala. Eu não vou me calar, eu não vou me acovardar, porque eu preciso do meu trabalho, preciso da minha empresa para sustentar a minha família. Eu pago os meus impostos e agora tenho nosso nome na lama, porque as autoridades não ajudam, a gente fica ‘ao léu’. E as pessoas também são gananciosas, as pessoas alimentam esse mercado de golpe”, desabafou.

A dona da Biver relatou que algumas vítimas não quiseram colaborar com provas do crime, por medo de sofrerem represália, já que os golpistas tinham seus dados e faziam ameaças às pessoas que continuavam cobrando a entrega dos celulares. “Eu tenho muito material, mas não são 100% das pessoas que caíram nesse golpe”. Desde que denunciou nas redes sociais, Larissa afirma que a procura de compradores lesados diminuiu, mas que o último caso aconteceu em maio deste ano. Entre as dezenas de vítimas, há moradores do Rio, São Paulo, Manaus, Curitiba, entre outros. Cerca de cinco pessoas chegaram a ir até a loja.

“Eu estou correndo risco tanto pela parte das vítimas, quanto dos golpistas. Eu corro o risco de uma vítima querer me retalhar aqui, porque eu não entreguei o Iphone. Eu corro risco dos dois lados e quem é que vai me ajudar agora? O Estado deveria, porque eu pago meus impostos. Eu estou há 20 anos aqui, não estou brincando, estou trabalhando sério. A gente não pode mais ser empreendor, não pode ter mais uma empresa, porque a gente não tem ajuda das autoridades. Não tenho mais sossego, porque a gente não sabe o que pode acontecer”, lamentou.

Procurada, a Polícia Civil informou que as investigações estão em andamento na 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes) e que os agentes realizam diligências para esclarecer os fatos.

 



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